O Dr. Jérôme Lejeune, porém, sofreu covardes boicotes à sua carreira porque era firmemente contrário ao aborto
Descobridor da Síndrome de Down está em processo de beatificação: trata-se do médico francês Jérôme Lejeune, que também foi um grande defensor da vida humana desde a concepção e que, por isso mesmo, sofreu boicotes em sua carreira ao se posicionar claramente contra o aborto.
Nesta quinta, 21 de janeiro, o Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto que reconhece as virtudes heroicas do Dr. Lejeune. Esta etapa é necessária para o andamento do seu processo de beatificação e, posteriormente, de canonização.
Descobridor da Síndrome de Down
Jérôme Lejeune (1926-1994) descobriu em 1958 a trissomia do par de cromossomos 21, que leva à Síndrome de Down. Seu estudo a respeito foi publicado no ano seguinte pela revista Nature, dando-lhe grande projeção internacional.
O médico passou então a defender enfaticamente as crianças com a síndrome, visando protegê-las contra o aborto. Foi uma postura heroica e profética, já que vários países, atualmente, permitem o livre aborto de bebês só porque eles apresentam a Síndrome de Down. O caso mais extremo e trágico é o da Islândia, país em que chocantes 100% dos bebês com a síndrome são hoje abortados.
Boicotes por causa da defesa da vida
A pública defesa do direito à vida por parte do Dr. Jérôme Lejeune o levou a ser sistematicamente boicotado, impedindo-se até mesmo a sua candidatura ao Prêmio Nobel de Medicina de 1970 apesar da grande importância da sua descoberta sobre a trissomia.
O médico também passou a sofrer uma série de outros boicotes à sua carreira. Conforme os relatos de sua viúva, Birthe Lejeune, o Dr. Jérôme parou de receber apoios econômicos para as suas pesquisas devido à sua oposição à liberação do aborto. Grandes meios de comunicação também pararam de publicar seus artigos e de convidá-lo a programas de televisão. Também cessaram os convites para congressos internacionais, embora ele tivesse sido o palestrante principal em vários congressos anteriores.
A rejeição orquestrada em nome da ideologia foi motivo de muito sofrimento para o médico, principalmente por constatar que boa parte dos que passaram a boicotá-lo eram antes amigos próximos.
A amizade do Papa da Família
Durante esse duro período de abandono, porém, o Dr. Jérôme Lejeune recebeu um dos mais importantes e impactantes reconhecimentos de toda a sua carreira: o Papa São João Paulo II o convidou para ser membro da Pontifícia Academia para a Vida e consultor do Pontifício Conselho para os Trabalhadores da Saúde.
A amizade entre o Papa da Família e o médico defensor da vida perdurou solidamente. Embora fosse 6 anos mais jovem que João Paulo II, o Dr. Jérôme partiu deste mundo 11 anos antes que ele, em 1994. Aliás, na Jornada Mundial da Juventude de 1997, em Paris, o Papa fez questão de visitar o túmulo do amigo.
Em 2007, já no pontificado de Bento XVI, teve início a causa de beatificação do Dr. Jérôme Lejeune.
Fonte: Aleteia