O papa Francisco pousou no Aeroporto Internacional Leonardo Da Vinci, em Roma Fiumicino, por volta das 19h30 (14h30 no horário de Brasília), após um voo de pouco menos de duas horas de Budapeste, Hungria.
Ao chegar em território italiano, o papa Francisco enviou um telegrama ao presidente Sergio Mattarella, com suas saudações após seu retorno a Roma:
“Ao regressar da minha viagem apostólica à Hungria, onde encontrei pessoas desejosas de construir a convivência civil e a paz entre os povos com base nos valores evangélicos, envio-lhe de coração, Senhor Presidente, e à querida Nação italiana, votos fervorosos de serenidade e prosperidade, assegurando-lhe as minhas constantes orações”.
Assim conclui a 41ª viagem apostólica do papa Francisco, na qual teve a oportunidade de viajar ao centro da Europa, a um país fronteiriço com a Ucrânia, em guerra por mais de um ano após a invasão da Rússia.
Ao chegar a Budapeste na sexta-feira (28), a presidente Katalin Novak e o primeiro-ministro Viktor Orbán receberam o papa com honras de chefe de Estado.
Em seu primeiro discurso da viagem, dirigido às autoridades, à sociedade civil e ao Corpo Diplomático, Francisco condenou a ideologia de gênero e o “direito insano ao aborto”.
Francisco elogiou a defesa dos valores cristãos na Constituição húngara aprovada em 2011.
Francisco também exortou o povo húngaro a seguir o conselho de seu rei fundador, santo Estêvão: “Recomendo que sejas gentil não só com a tua família e parentes, ou com os poderosos e ricos, ou com o teu vizinho e os habitantes do país, mas também com os estrangeiros”.
Na tarde da sexta-feira (28), o papa teve um encontro com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas e agentes pastorais.
Nele, o papa alertou para a ameaça que o secularismo representa para a família e convidou todos os fiéis a assumirem sua responsabilidade diante do excesso de trabalho dos sacerdotes.
O sábado (29) começou com uma visita ao instituto católico dedicado ao beato László Batthyány, fundado pela “Madre Teresa da Hungria”, irmã Anna Feher, onde se reuniu com um grupo de jovens e crianças cegas, várias delas em cadeiras de rodas.
Depois de ir à Igreja dedicada a santa Isabel da Hungria, o papa proclamou aos pobres e refugiados que “a verdadeira fé é aquela que incomoda, que arrisca, que faz sair ao encontro”.
O papa também visitou a comunidade greco-católica de Budapeste na igreja dedicada à Proteção da Mãe de Deus, onde participou de um momento de oração pela paz.
Embora fora do programa público, foi informado que o papa Francisco pôde se encontrar ao meio-dia com o metropolita ortodoxo de Budapeste e Hungria, Hilarión, cuja cruz peitoral o papa beijou.
Este é um gesto notável, já que Hilarión perdeu sua posição como “número 2” do metropolita Kirill de Moscou por expressar sua oposição à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Milhares esperavam o papa na primeira noite de sábado no Papp László Budapest Sportaréna, onde vários jovens deram seus testemunhos ao papa Francisco.
Francisco animou os presentes e os levou a proclamar, repetidamente e em uma só voz, que “Jesus sempre perdoa”.
Como é costume em suas viagens fora dos muros do Vaticano, o papa Francisco também reservou um espaço de tempo para compartilhar com a comunidade jesuíta local, composta por mais de trinta religiosos.
Na manhã de hoje (30), o papa rezou a missa na praça Kossuth Lajos, em Budapeste, onde pediu aos cristãos que sejam “portas abertas, conhecedores da proximidade” à imagem do Bom Pastor.
Antes de partir para Roma, o papa teve um encontro com a comunidade universitária no qual alertou sobre a falsa ideia de liberdade oferecida pelo comunismo e pelo consumismo.
O papa encorajou a Universidade a brilhar diante do panorama “obscuro” da técnica que utiliza o homem e do domínio da colonização ideológica que torna “triste e rarefeita a vida comum”.
Fonte: ACI Digital