O Papa recebeu na manh\u00e3 desta segunda-feira (06\/11) a delega\u00e7\u00e3o da Confer\u00eancia dos Rabinos Europeus. Francisco fez novamente um apelo pela situa\u00e7\u00e3o na Terra Santa, “contrariada pela baixeza do \u00f3dio e pelo barulho mortal das armas”.<\/h4>\n\n\n\n

A Terra Santa, assolada pelo \u00f3dio e pelo som das armas, mas tamb\u00e9m a preocupa\u00e7\u00e3o com os atos antissemitas, a import\u00e2ncia do di\u00e1logo e a rela\u00e7\u00e3o judaico-crist\u00e3, estiveram no centro do discurso que o Papa entregou \u00e0 Confer\u00eancia dos Rabinos Europeus. <\/p>\n\n\n\n

Ao receber a delega\u00e7\u00e3o, Francisco deu-lhes as boas-vindas e, afirmou: “acontece que n\u00e3o estou bem de sa\u00fade, e por isso prefiro n\u00e3o ler o discurso, mas entreg\u00e1-lo a voc\u00eas e que voc\u00eas o fa\u00e7am”.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e0 viol\u00eancia e \u00e0 guerra<\/h4>\n\n\n\n

No discurso preparado para a ocasi\u00e3o, o Papa afirma que o seu primeiro pensamento e sua primeira ora\u00e7\u00e3o “s\u00e3o, acima de tudo, sobre o que aconteceu nas \u00faltimas semanas”. Novamente, recorda o Pont\u00edfice, \u201ca viol\u00eancia e a guerra explodiram na Terra que, aben\u00e7oada pelo Alt\u00edssimo, parece estar sendo continuamente contrariada pela baixeza do \u00f3dio e pelo barulho mortal das armas\u201d, e ressaltou: \u201c\u00e9 preocupante a dissemina\u00e7\u00e3o de manifesta\u00e7\u00f5es antissemitas, que eu condeno firmemente\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Francisco sublinha aos Rabinos que neste tempo de destrui\u00e7\u00e3o, somos chamados, por todos e antes de todos, a construir a fraternidade e a abrir caminhos de reconcilia\u00e7\u00e3o, em nome do Todo-Poderoso que, como diz outro profeta, tem “planos de paz e n\u00e3o de desgra\u00e7a” (Jr 29:11). N\u00e3o as armas, nem o terrorismo, nem a guerra, mas a compaix\u00e3o, a justi\u00e7a e o di\u00e1logo s\u00e3o os meios adequados para construir a paz.<\/p>\n\n\n\n

A arte de dialogar<\/h4>\n\n\n\n

O ponto principal do texto de Francisco, entregue aos Rabinos Europeus, \u00e9 sobre a import\u00e2ncia do di\u00e1logo: \u201cO ser humano, que tem uma natureza social e se encontra em contato com os outros, \u00e9 realizado na rede de rela\u00e7\u00f5es sociais. Nesse sentido, ele n\u00e3o s\u00f3 \u00e9 capaz de dialogar, como tamb\u00e9m \u00e9 o pr\u00f3prio di\u00e1logo. Suspenso entre o c\u00e9u e a terra, somente em di\u00e1logo com o Al\u00e9m que o transcende e com o Outro que acompanha seus passos, ele pode compreender a si mesmo e amadurecer\u201d, destaca o Santo Padre.<\/p>\n\n\n\n

Francisco ent\u00e3o explica que a palavra “di\u00e1logo” etimologicamente significa “por meio da palavra”. A Palavra do Alt\u00edssimo \u00e9 a l\u00e2mpada que ilumina os caminhos da vida (cf. Sl 119,105): ela orienta nossos passos precisamente para a busca do pr\u00f3ximo, para a acolhida, para a paci\u00eancia; certamente n\u00e3o para a s\u00fabita corrida da vingan\u00e7a e a loucura do \u00f3dio b\u00e9lico.<\/p>\n\n\n\n

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\u201cPara nos tornarmos construtores da paz, somos chamados a ser construtores do di\u00e1logo. N\u00e3o apenas com nossas pr\u00f3prias for\u00e7as e habilidades, mas com a ajuda do Todo-Poderoso. Pois, “Se o Senhor n\u00e3o edificar a casa, em v\u00e3o trabalham os construtores” (Sl 127, 1).\u201d<\/p>\n<\/blockquote>\n\n\n\n

Proximidade entre judeus e crist\u00e3os<\/h4>\n\n\n\n

Segundo o Papa, o di\u00e1logo com o juda\u00edsmo \u00e9 de particular import\u00e2ncia para os crist\u00e3os, \u201cporque temos ra\u00edzes judaicas. Jesus nasceu e viveu como judeu; Ele mesmo \u00e9 o primeiro garantidor da heran\u00e7a judaica dentro do cristianismo e n\u00f3s, que somos de Cristo, precisamos de voc\u00eas, queridos irm\u00e3os, precisamos do juda\u00edsmo para nos entendermos melhor\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNossas tradi\u00e7\u00f5es religiosas est\u00e3o intimamente conectadas: elas n\u00e3o s\u00e3o dois credos n\u00e3o relacionados que se desenvolveram independentemente em espa\u00e7os separados e sem influenciar um ao outro. O Papa Jo\u00e3o Paulo II, durante sua visita \u00e0 Sinagoga de Roma, observou que a religi\u00e3o judaica n\u00e3o \u00e9 extr\u00ednseca, ‘mas, de certa forma, \u00e9 ‘intr\u00ednseca’ \u00e0 nossa religi\u00e3o’. Ele os chamou de ‘nossos amados irm\u00e3os’, ‘nossos irm\u00e3os mais velhos’, recordou o Pont\u00edfice.<\/p>\n\n\n\n

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\u201cPortanto, pode-se dizer que o nosso di\u00e1logo, mais do que um di\u00e1logo inter-religioso, \u00e9 um di\u00e1logo familiar. De fato, quando fui \u00e0 Sinagoga de Roma, disse que \u2018pertencemos a uma s\u00f3 fam\u00edlia, a fam\u00edlia de Deus, que nos acompanha e nos protege como seu povo\u2019.\u201d<\/p>\n<\/blockquote>\n\n\n\n

O discurso de Francisco conclui com a afirma\u00e7\u00e3o de que judeus e crist\u00e3os est\u00e3o ligados uns aos outros diante do \u00fanico Deus: \u201cjuntos, somos chamados a dar testemunho, com nosso di\u00e1logo, de sua palavra e, com nossa conduta, de sua paz\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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Fonte: Vatican News<\/a><\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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