Na Audi\u00eancia Geral desta quarta-feira (28), Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre os v\u00edcios e as virtudes. O texto da reflex\u00e3o dedicado \u00e0 inveja e \u00e0 vangl\u00f3ria foi proferido por mons. Ciampanelli, colaborador da Secretaria de Estado. Para combater esses v\u00edcios, os rem\u00e9dios s\u00e3o o amor gratuito e o reconhecimento de que Deus est\u00e1 presente em nossa pr\u00f3pria fraqueza.<\/h4>\n\n\n\n

Ap\u00f3s uma semana de pausa, devido ao retiro espiritual quaresmal dos membros da C\u00faria Romana, e ainda se recuperando de uma “leve gripe”, conforme comunicado pela Sala de Imprensa da Santa S\u00e9, que levou o Pont\u00edfice a cancelar algumas atividades no s\u00e1bado e na segunda-feira, Francisco esteve presente na Sala Paulo VI para a Audi\u00eancia Geral desta quarta-feira, 28 de fevereiro.<\/p>\n\n\n\n

Ao saudar os fi\u00e9is e peregrinos, o Papa afirmou: “Queridos irm\u00e3os e irm\u00e3s, ainda estou um pouco resfriado. Por isso, pedi ao mons. Ciampanelli para ler a catequese de hoje”, e em seguida, o colaborador da Secretaria de Estado proferiu o discurso que d\u00e1 continuidade \u00e0 reflex\u00e3o sobre os v\u00edcios e as virtudes.<\/p>\n\n\n\n

O rosto do invejoso \u00e9 sempre triste<\/h4>\n\n\n\n

“Hoje examinaremos dois pecados capitais que encontramos nas grandes listas que a tradi\u00e7\u00e3o espiritual nos deixou: a inveja e a vangl\u00f3ria”, introduz mons. Ciampanelli, dedicando a primeira parte da reflex\u00e3o \u00e0 inveja:<\/p>\n\n\n\n

“Quando lemos a Sagrada Escritura, percebemos que este v\u00edcio nos \u00e9 apresentado como um dos mais antigos: o \u00f3dio de Caim por Abel \u00e9 desencadeado quando ele percebe que os sacrif\u00edcios do seu irm\u00e3o agradam a Deus. O rosto do invejoso \u00e9 sempre triste: o seu olhar est\u00e1 abaixado, parece examinar continuamente o ch\u00e3o, mas na realidade n\u00e3o v\u00ea nada, porque a mente est\u00e1 envolvida por pensamentos cheios de mal\u00edcia. A inveja, se n\u00e3o for controlada, leva ao \u00f3dio pelos outros. Abel ser\u00e1 morto pelas m\u00e3os de Caim, que n\u00e3o podia suportar a felicidade do irm\u00e3o.”<\/em><\/p>\n\n\n\n

Deus tem uma “matem\u00e1tica” pr\u00f3pria<\/h4>\n\n\n\n

O texto do Papa sublinha que “na raiz deste v\u00edcio existe uma rela\u00e7\u00e3o de \u00f3dio e amor: deseja-se mal ao outro, mas secretamente deseja-se ser como ele”.<\/p>\n\n\n\n

A inveja nos faz criar uma falsa ideia de Deus, n\u00e3o se aceita que Deus tenha uma “matem\u00e1tica” pr\u00f3pria, diferente da nossa:<\/p>\n\n\n\n

“Gostar\u00edamos de impor a Deus a nossa l\u00f3gica ego\u00edsta, mas a l\u00f3gica de Deus \u00e9 o amor. Os bens que Ele nos d\u00e1 s\u00e3o feitos para serem partilhados. \u00c9 por isso que S\u00e3o Paulo exorta os crist\u00e3os: ‘Com amizade fraterna, sede afetuosos uns com os outros. Rivalizai uns com os outros na estima rec\u00edproca’ (Rm 12,10). Eis aqui o rem\u00e9dio para a inveja!”<\/em><\/p>\n\n\n\n

A vangl\u00f3ria \u00e9 uma autoestima inflada e infundada<\/h4>\n\n\n\n

A segunda parte da catequese de Francisco volta-se para a vangl\u00f3ria, e mons. Ciampanelli, na leitura do texto, recorda que este v\u00edcio anda de m\u00e3os dadas com o dem\u00f4nio da inveja, sendo t\u00edpico de quem aspira ser o centro do mundo, livre para explorar tudo e todos, objeto de todo louvor e todo amor:<\/p>\n\n\n\n

“A pessoa vangloriosa n\u00e3o tem empatia e n\u00e3o percebe que existem outras pessoas no mundo al\u00e9m dela. As suas rela\u00e7\u00f5es s\u00e3o sempre instrumentais, caracterizadas pela opress\u00e3o dos outros. A sua pessoa, as suas fa\u00e7anhas, os seus sucessos devem ser mostrados a todos: \u00e9 uma perp\u00e9tua mendiga da aten\u00e7\u00e3o. E se, \u00e0s vezes, suas qualidades n\u00e3o s\u00e3o reconhecidas, fica extremamente irritada. Os outros s\u00e3o injustos, n\u00e3o entendem, n\u00e3o est\u00e3o \u00e0 altura.”<\/em><\/p>\n\n\n\n

Nas fraquezas, a for\u00e7a de Cristo<\/h4>\n\n\n\n

“Para curar os vangloriosos, os mestres espirituais n\u00e3o sugerem muitos rem\u00e9dios”, recorda o texto do Papa, “porque, em \u00faltima an\u00e1lise, o mal da vaidade tem em si o seu rem\u00e9dio: os elogios que o vanglorioso esperava colher no mundo logo se voltar\u00e3o contra ele. E quantas pessoas, iludidas por uma falsa imagem de si mesmas, ca\u00edram em pecados dos quais logo se envergonhariam!”<\/p>\n\n\n\n

Na conclus\u00e3o, mons. Ciampanelli ressalta na leitura da catequese, que a mais bela instru\u00e7\u00e3o para vencer a vangl\u00f3ria encontra-se no testemunho de S\u00e3o Paulo:<\/p>\n\n\n\n

“O Ap\u00f3stolo sempre teve de lidar com uma falha que nunca foi capaz de superar. Tr\u00eas vezes pediu ao Senhor que o libertasse daquele tormento, mas no final Jesus respondeu-lhe: ‘Basta-te a minha gra\u00e7a, pois \u00e9 na fraqueza que a for\u00e7a se consuma’. A partir daquele dia, Paulo foi libertado. E a sua conclus\u00e3o deveria tornar-se tamb\u00e9m a nossa: ‘\u00c9, portanto, de bom grado que prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a for\u00e7a de Cristo’ (2Cor 12,9).”<\/em><\/p>\n\n\n\n

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Fonte: Vatican News<\/a><\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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