Os coment\u00e1rios surgiram em meio a uma parte do document\u00e1rio que reflete, entre outros temas, sobre a pastoral dedicada a pessoas que se identificam como LGBT.<\/p>\n\n\n\n
\u201cOs homossexuais t\u00eam o direito de fazer parte da fam\u00edlia. Eles s\u00e3o filhos de Deus e t\u00eam direito a uma fam\u00edlia. Ningu\u00e9m deve ser expulso ou ter uma vida<\/a> miser\u00e1vel por causa disso\u201d, disse o Papa Francisco no filme ao comentar o trabalho desta pastoral.<\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s essas observa\u00e7\u00f5es, e em coment\u00e1rios que provavelmente causar\u00e3o controv\u00e9rsia entre os cat\u00f3licos, o Papa Francisco emitiu uma opini\u00e3o pessoal sobre o tema das uni\u00f5es civis para casais do mesmo sexo.<\/p>\n\n\n\n \u201cO que precisamos \u00e9 criar uma lei da uni\u00e3o civil. Dessa forma, eles estar\u00e3o cobertos pela lei\u201d, disse o Papa. “Eu defendi isso,” asseverou.<\/p>\n\n\n\n Os coment\u00e1rios s\u00e3o expostos no novo document\u00e1rio sobre o Papa chamado, “Francesco”, que fala sobre a vida e o minist\u00e9rio do Papa Francisco que estreou hoje, 21, no Festival de Cinema<\/a> de Roma, e est\u00e1 programado para fazer sua estreia na Am\u00e9rica do Norte este domingo.<\/p>\n\n\n\n O filme narra a abordagem do Papa Francisco \u00e0s quest\u00f5es sociais urgentes e ao minist\u00e9rio pastoral entre aqueles que vivem, nas palavras do pont\u00edfice, \u201cnas periferias existenciais\u201d.<\/p>\n\n\n\n Apresentando entrevistas com personalidades do Vaticano, incluindo o cardeal filipino Luis Tagle e outros colaboradores do papa, \u201cFrancesco\u201d analisa a defesa que o Papa faz dos migrantes e refugiados, dos pobres, seu trabalho no tema dos abusos sexuais do clero, o papel das mulheres na sociedade e aqueles que se identificam como LGBT.<\/p>\n\n\n\n O filme aborda o alcance pastoral do Papa Francisco \u00e0queles que se identificam como LGBT, incluindo uma hist\u00f3ria do pont\u00edfice encorajando dois homens italianos a manter um relacionamento do mesmo sexo a criarem seus filhos em sua igreja<\/a> paroquial, que, segundo um dos homens, era muito ben\u00e9fico para seus filhos.<\/p>\n\n\n\n \u201cEle n\u00e3o mencionou qual era a sua opini\u00e3o sobre a minha fam\u00edlia. Provavelmente ele est\u00e1 seguindo a doutrina sobre este ponto\u201d, disse o homem, enquanto elogiava o Papa por sua disposi\u00e7\u00e3o e atitude de boas-vindas e encorajamento.<\/p>\n\n\n\n Os coment\u00e1rios do Papa sobre as uni\u00f5es civis aparecem precisamente nesta parte do document\u00e1rio. O cineasta Evgeny Afineevsky disse \u00e0 CNA, a ag\u00eancia em ingl\u00eas do grupo ACI<\/a>, que o Papa expressou o pedido por uni\u00f5es civis na entrevista que o produtor conduziu com o pont\u00edfice.<\/p>\n\n\n\n O apelo direto do Papa por leis de uni\u00e3o civil representa uma mudan\u00e7a da perspectiva de seus antecessores e de suas pr\u00f3prias posi\u00e7\u00f5es a respeito das uni\u00f5es civis no passado.<\/p>\n\n\n\n Em 2010, enquanto era arcebispo de Buenos Aires, o Papa Francisco se op\u00f4s aos esfor\u00e7os para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, Sergio Rubin, futuro bi\u00f3grafo do Papa, sugeriu que Francisco apoiava a ideia de uni\u00f5es civis como uma forma de evitar que crian\u00e7as fossem dadas em ado\u00e7\u00e3o massivamente a estes casais, Miguel Woites, que trabalhou diretamente com a Confer\u00eancia Episcopal da Argentina e a Arquidiocese de Buenos Aires dizia que esta afirma\u00e7\u00e3o era falsa.<\/p>\n\n\n\n Por\u00e9m, o fato do pr\u00f3prio Papa afirmar no document\u00e1rio ter \u201cdefendido\u201d anteriormente as uni\u00f5es civis homossexuais parece confirmar os relatos de Rubin e outros que afirmavam que, de forma reservada, o ent\u00e3o cardeal Bergoglio apoiava a ideia.<\/p>\n\n\n\n No livro “No C\u00e9u e na Terra”, de 2013, o Papa Francisco n\u00e3o descarta por completo a possibilidade das uni\u00f5es civis, mas afirma que as leis que “assimilam” ao casamento as pr\u00e1ticas homossexuais eram “uma regress\u00e3o antropol\u00f3gica”. Ele expressou ainda preocupa\u00e7\u00e3o de que casais do mesmo sexo \u201ctenham direito a adotar filhos, pois isto poderia afetar as crian\u00e7as\u201d. \u201cCada pessoa precisa de um pai e uma m\u00e3e que possam ajud\u00e1-los a formar sua identidade\u201d, afirmava.<\/p>\n\n\n\n Em 2014, Pe. Thomas Rosica, que ent\u00e3o trabalhava na assessoria de imprensa da Santa S\u00e9, disse \u00e0 CNA que o Papa Francisco n\u00e3o expressou apoio \u00e0s uni\u00f5es civis de pessoas do mesmo sexo, depois que alguns jornalistas relataram que ele o teria feito durante uma entrevista. Naquela altura, uma proposta de uni\u00e3o civil era debatida na It\u00e1lia e Pe. Rosica enfatizou que Francisco n\u00e3o iria opinar no debate, mas que ele daria \u00eanfase \u00e0 doutrina cat\u00f3lica sobre o casamento.<\/p>\n\n\n\n Em 2003, sob a lideran\u00e7a do Cardeal Joseph Ratzinger<\/a> e sob a dire\u00e7\u00e3o do Papa Jo\u00e3o Paulo II, a Congrega\u00e7\u00e3o para a Doutrina da F\u00e9 do Vaticano ensinou que \u201co respeito pelos homossexuais n\u00e3o pode levar de forma alguma \u00e0 aprova\u00e7\u00e3o do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal de uni\u00f5es homossexuais. O bem comum exige que as leis reconhe\u00e7am, promovam e protejam o casamento como a base da fam\u00edlia, a unidade prim\u00e1ria da sociedade\u201d.<\/p>\n\n\n\n \u201cO reconhecimento legal das uni\u00f5es homossexuais ou coloc\u00e1-las no mesmo patamar do casamento significaria n\u00e3o s\u00f3 a aprova\u00e7\u00e3o do comportamento desviante, com a consequ\u00eancia de torn\u00e1-lo modelo na sociedade atual, mas tamb\u00e9m obscureceria valores b\u00e1sicos que pertencem \u00e0 comum heran\u00e7a da humanidade. A Igreja n\u00e3o pode deixar de defender esses valores, para o bem de homens e mulheres e para o bem da pr\u00f3pria sociedade\u201d, acrescentou a CDF, chamando estas uni\u00f5es de \u201cgravemente imorais\u201d.<\/p>\n\n\n\n \u201cNem mesmo em um an\u00e1logo sentido remoto, as uni\u00f5es homossexuais cumprem o prop\u00f3sito pelo qual o casamento e a fam\u00edlia merecem reconhecimento categ\u00f3rico espec\u00edfico. Pelo contr\u00e1rio, existem boas raz\u00f5es para sustentar que tais uni\u00f5es s\u00e3o prejudiciais ao bom desenvolvimento da sociedade humana\u201d, afirma o documento.<\/p>\n\n\n\n A assessoria de imprensa do Vaticano n\u00e3o respondeu \u00e0s perguntas da CNA sobre os coment\u00e1rios do Papa no filme.<\/p>\n\n\n\n
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