Aumentam, dia ap\u00f3s dia, as dificuldades relativas \u00e0 viv\u00eancia do Sacramento da Reconcilia\u00e7\u00e3o (confiss\u00e3o ou penit\u00eancia). O crescimento de uma concep\u00e7\u00e3o individualista de responsabilidade pessoal, <\/strong>a imagem de Deus que est\u00e1 introjetada por certos tipos de catequese, o afrouxamento ou quase extin\u00e7\u00e3o da no\u00e7\u00e3o de pecado por parte de setores da sociedade, o deslocamento da religi\u00e3o cada vez mais para o foro \u00edntimo e privado, certa crise de autoridade e credibilidade que se abate sobre a Igreja enquanto institui\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de s\u00e9rias dificuldades hist\u00f3ricas j\u00e1 vividas pela teologia penitencial, s\u00e3o algumas das causas que geram resist\u00eancia e questionamentos quanto a esse sacramento.<\/p>\n\n\n\n

Em se tratando da sua celebra\u00e7\u00e3o lit\u00fargica, quase sempre ela \u00e9 reduzida a um encontro pessoal do penitente com seu confessor, o padre, a n\u00e3o ser as raras celebra\u00e7\u00f5es comunit\u00e1rias da Reconcilia\u00e7\u00e3o. Ainda que suas modalidades de celebra\u00e7\u00e3o n\u00e3o modifiquem nem comprometam sua validade, n\u00e3o h\u00e1 sombra de d\u00favidas que, quando celebrada comunitariamente, aparecem, de modo mais claro, suas dimens\u00f5es de vida nova, cura, liberta\u00e7\u00e3o, renova\u00e7\u00e3o da vida crist\u00e3, alegria pela miseric\u00f3rdia divina, louvor, festa, gratid\u00e3o pelo amor de Cristo manifesto at\u00e9 o extremo da cruz, etc.<\/p>\n\n\n\n

Por ser um sacramento cercado de tabus e questionamentos, n\u00e3o obstante sua beleza e rico sentido espiritual e vivencial, muitas vezes ele \u00e9 celebrado num clima de medo e nervosismo, sobretudo quando da primeira vez, quase sempre \u00e0s v\u00e9speras da Primeira Eucaristia. \u00c9 comum, em nossas comunidades, vermos crian\u00e7as aflitas, nas longas filas, \u00e0 espera da sua primeira confiss\u00e3o, decorando o \u201cato de contri\u00e7\u00e3o\u201d e contando nos dedos os pecados, um a um, in\u00fameras vezes, para n\u00e3o deixarem nenhum para tr\u00e1s! <\/p>\n\n\n\n

Espera-se que, com o tempo e a pr\u00e1tica, a participa\u00e7\u00e3o nesse sacramento seja feita de modo mais tranquilo e frutuoso, sem as afeta\u00e7\u00f5es pr\u00f3prias das primeiras experi\u00eancias, at\u00e9 porque um primeiro contato com o confessor, sinal e mediador da bondade e da provid\u00eancia de Deus, pode ser um excelente est\u00edmulo para a valoriza\u00e7\u00e3o dessa experi\u00eancia de cura, como a caracteriza a Igreja. <\/p>\n\n\n\n

Ser\u00e1 que h\u00e1 alternativas quanto \u00e0 celebra\u00e7\u00e3o desse importante sacramento? O que podemos fazer para deix\u00e1-lo menos \u201csofr\u00edvel\u201d por parte de nossos catequizandos e de nossos padres?<\/p>\n\n\n\n

Pe. Vanildo Paiva<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Especialista em Catequese e Liturgia<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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