Foi beatificada ontem a italiana Sandra Sabattini, a primeira noiva beata dos dois mil\u00eanios de cristianismo.<\/p>\n\n\n\n

A cerim\u00f4nia de beatifica\u00e7\u00e3o da noiva que morreu aos 22 anos foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congrega\u00e7\u00e3o para as Causas dos Santos. A beatifica\u00e7\u00e3o estava originalmente prevista para 14 de junho de 2020, mas foi suspensa devido \u00e0 pandemia do coronav\u00edrus.<\/p>\n\n\n\n

Na missa<\/a> deste domingo e depois de falar sobre a biografia de Sandra, o cardeal Semeraro leu o decreto em latim com o qual o papa Francisco inscreveu Sandra Sabattini no livro dos santos e beatos.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s a leitura do decreto e antes da ova\u00e7\u00e3o dos fi\u00e9is presentes, ocorreu a prociss\u00e3o da rel\u00edquia da nova beata, um cabelo guardado por Guido Rossi, que era noivo de Sandra quando ela morreu, e que agora foi colocado no altar da catedral de Rimini para venera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O bispo de Rimini, dom Francesco Lambiasi, agradeceu ao papa e ao cardeal Semeraro pela beatifica\u00e7\u00e3o de Sandra Sabattini.<\/p>\n\n\n\n

Na homilia, o cardeal Semeraro disse: \u201cO seu bispo, num livro dedicado a Sandra Sabatini, escreveu que o desejo de servir aos pobres n\u00e3o nasceu nela de uma quest\u00e3o emotiva para fazer caridade, mas de uma fonte espiritual, o amor de Deus\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSeu cora\u00e7\u00e3o estava mergulhado no mar sem fundo do amor de Deus pelos pobres e ela via que a solu\u00e7\u00e3o para os problemas \u00e9 a ressurrei\u00e7\u00e3o de Jesus\u201d. A sua santidade foi \u201cvivida em todos os \u00e2mbitos da sua vida<\/a>, com os \u00faltimos, colocando ao servi\u00e7o de Deus todo o seu entusiasmo e simplicidade\u201d.<\/p>\n\n\n\n

O cardeal Semeraro recordou, em seguida, que o pai de Sandra disse que sua filha \u201cdava um testemunho que surpreendia a mim e a sua m\u00e3e e v\u00edamos como dava seu dinheiro aos mais necessitados. Minha filha n\u00e3o oferecia apenas ajuda material, mas dava a quem precisava acolhida, sem nenhum julgamento pois desejava comunicar a voz do Senhor\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cLendo o seu di\u00e1rio, pode-se ver que a sua era uma vida entregue \u00e0 caridade\u201d, destacou o cardeal.<\/p>\n\n\n\n

Sandra nasceu em 19 de agosto de 1961, em Riccione, e viveu seus primeiros anos no munic\u00edpio de Misano Adriatico, na prov\u00edncia de Rimini.<\/p>\n\n\n\n

Aos 4 anos, ela e sua fam\u00edlia se mudaram para a casa paroquial da par\u00f3quia de San Girolamo, onde era p\u00e1roco um de seus tios, padre Giuseppe Bonini, irm\u00e3o de sua m\u00e3e.<\/p>\n\n\n\n

Sandra come\u00e7ou a escrever um di\u00e1rio pessoal em 24 de janeiro de 1972. Tr\u00eas anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa Jo\u00e3o XXIII, que se dedicava aos \u201c\u00faltimos\u201d da sociedade.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s uma experi\u00eancia mission\u00e1ria com o grupo, voltou para casa com uma certeza: \u201cN\u00f3s quebramos nossos ossos, mas essas s\u00e3o as pessoas que nunca abandonarei\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Aos 16 anos escreveu: \u201cSenhor, tu me deste um grande presente, o de querer dar a minha vida aos mais pobres. Agrade\u00e7o por isso, porque, embora eu ainda n\u00e3o o tenha explorado, depositaste em mim este grande presente. Espero poder faz\u00ea-lo frutificar e espero poder entender como\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Quando uma pessoa pobre batia na porta de sua casa, se ela considerasse que sua fam\u00edlia n\u00e3o lhe havia dado o suficiente, ela corria atr\u00e1s da pessoa para completar a doa\u00e7\u00e3o com suas economias.<\/p>\n\n\n\n

Durante um tempo, morou em uma casa de acolhida no ver\u00e3o de 1982, onde trabalhou como volunt\u00e1ria em uma comunidade terap\u00eautica para dependentes qu\u00edmicos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSe eu realmente amo, como posso suportar que um ter\u00e7o da humanidade morra de fome, enquanto mantenho minha seguran\u00e7a ou minha estabilidade financeira? Serei uma boa crist\u00e3, mas n\u00e3o uma santa. Hoje h\u00e1 uma infla\u00e7\u00e3o de bons crist\u00e3os enquanto o mundo precisa de santos!\u201d, dizia Sandra.<\/p>\n\n\n\n

Depois de terminar o ensino m\u00e9dio, Sandra ficou na d\u00favida entre ir imediatamente para a \u00c1frica ou fazer medicina, mas finalmente se matriculou na Universidade de Bolonha, onde tinha notas muito boas.<\/p>\n\n\n\n

Na manh\u00e3 de 29 de abril de 1984, a caminho de um encontro da Comunidade Papa Jo\u00e3o XXIII, Sandra foi atropelada por um carro. Ela ficou em coma por tr\u00eas dias e morreu no dia 2 de maio.<\/p>\n\n\n\n

Na \u00faltima p\u00e1gina de seu di\u00e1rio, dois dias antes do acidente, Sandra escreveu: \u201cEsta vida n\u00e3o \u00e9 minha. Esta vida, que vai evoluindo por um sopro que n\u00e3o \u00e9 meu, passa num caminho sereno que n\u00e3o \u00e9 meu\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cN\u00e3o h\u00e1 nada neste mundo que seja seu. Sandra, perceba isso! Tudo \u00e9 um presente no qual o ‘Doador’ pode intervir quando e como quiser. Cuide do presente que foi dado a voc\u00ea ao faz\u00ea-lo mais bonito e pleno para quando chegar a hora\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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Fonte: ACI Digital<\/a><\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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