\u201cDeus \u00e9 t\u00e3o bom que sempre nos d\u00e1 uma nova oportunidade\u201d. Ouvi esta frase outro dia quando ia ao Instituto onde fa\u00e7o o curso de Teologia. Durante o percurso fui refletindo sobre o chamado que Deus faz a cada um de n\u00f3s, sobre a nova oportunidade que Ele nos d\u00e1 a cada dia. De fato, Deus n\u00e3o d\u00e1 segunda chance, Ele d\u00e1 uma nova chance. Quando algu\u00e9m d\u00e1 uma segunda chance a outra pessoa, pode ser que n\u00e3o d\u00ea uma terceira, e aquela seja a \u00faltima oportunidade que o outro tem de acertar. Com Deus a coisa \u00e9 diferente, Ele n\u00e3o se cansa de d\u00e1 uma nova oportunidade, porque o seu amor \u00e9 ilimitado. Eis, portanto, a miss\u00e3o do catequista: anunciar com palavras e, sobretudo, a\u00e7\u00f5es, o amor infinito de Deus.<\/p>\n\n\n\n

De fato, \u00e9 esse amor que nos impulsiona na miss\u00e3o a n\u00f3s foi confiada. O catequista, portanto, deve ser um especialista no amor, porque \u00e9 algu\u00e9m que teve um encontro pessoal com Jesus Cristo e \u00e9 comprometido com o seu projeto de constru\u00e7\u00e3o e edifica\u00e7\u00e3o do Reino.  <\/p>\n\n\n\n

O catequista \u00e9 chamado a ser testemunha de Jesus Cristo. Testemunhar n\u00e3o significa discursar sobre, mas viver intensamente o Evangelho configurando-se \u00c0quele que primeiro nos amou e nos escolheu: \u201cN\u00e3o fostes v\u00f3s que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi\u201d (Jo 15, 16). N\u00e3o se pode anunciar aquilo que ainda n\u00e3o se experimentou. O catequista precisa ter essa consci\u00eancia de que a miss\u00e3o n\u00e3o \u00e9 m\u00e9rito seu, mas lhe foi confiada. N\u00e3o se trata de realiza\u00e7\u00e3o pessoal, mas algo muito maior, ou seja, o catequista \u00e9 um eleito de Deus para exercer esta voca\u00e7\u00e3o espec\u00edfica no seio da Igreja. Voca\u00e7\u00e3o esta que n\u00e3o pode ser vivida fora do contexto do amor.<\/p>\n\n\n\n

Infelizmente existem muitos catequistas que est\u00e3o sempre reclamando de tudo e de todos, principalmente de seus pr\u00f3prios catequizandos, \u201cningu\u00e9m quer saber de nada…\u201d. Vivem dando ultimatos \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes: \u201cse voc\u00eas n\u00e3o fizerem voc\u00eas v\u00e3o v\u00ea…\u201d. Com freq\u00fc\u00eancia amea\u00e7am abandonar a pastoral, \u201cs\u00f3 vou ficar mais este ano, porque j\u00e1 n\u00e3o ag\u00fcento mais…\u201d e por a\u00ed vai. N\u00e3o s\u00e3o felizes! O catequista n\u00e3o pode ser algu\u00e9m infeliz.<\/p>\n\n\n\n

Na Carta aos G\u00e1latas encontramos o resumo de como deve ser a vida do catequista: \u201cJ\u00e1 n\u00e3o sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela f\u00e9 no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.\u201d (Gl 2,20). Os catequizandos precisam enxergar isso nos seus catequistas, atrav\u00e9s de suas a\u00e7\u00f5es e n\u00e3o apenas de suas palavras. O catequista precisa deixar-se seduzir a cada dia por Deus e envolver-se por seu amor infinito, ao ponto de j\u00e1 n\u00e3o viver por si mesmo, mas por Cristo.<\/p>\n\n\n\n

Desta forma, encarnando o Evangelho em sua vida, o catequista conseguir\u00e1 atrair os seus catequizandos para Cristo, numa ades\u00e3o incondicional ao projeto de Jesus. E sua alegria ser\u00e1 infinita, porque sabe que apesar das suas limita\u00e7\u00f5es Deus continua agindo no mundo por meio dele, oferecendo sempre uma nova oportunidade \u00e0 humanidade.<\/p>\n\n\n\n

Por: Jairo Coelho
Seminarista Diocesano<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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