S\u00e3o Tom\u00e1s de Aquino tem conselhos \u00fateis para quem quer falar sobre os outros sem cair no pecado da deprecia\u00e7\u00e3o<\/h4>\n\n\n\n

\u201cGrandes mentes discutem ideias; mentes comuns discutem acontecimentos; mentes pequenas discutem pessoas\u201d, disse Eleanor Roosevelt, ex-primeira dama dos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

Pode parecer duro para quem gosta de fofocas, mas \u00e9 uma avalia\u00e7\u00e3o justa: as fofocas caem rapidamente em den\u00fancias ou cr\u00edticas. Mas e quanto \u00e0 conversa particular entre c\u00f4njuges? As discuss\u00f5es sobre outras pessoas entre marido e mulher podem configurar fofoca?<\/p>\n\n\n\n

Seu primeiro pensamento pode ser que uma conversa particular entre os c\u00f4njuges que tenha um tom misericordioso e sem julgamento seja definitivamente boa. Mas a resposta n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o simples. S\u00e3o Tom\u00e1s de Aquino, em sua \u201cSuma Teol\u00f3gica\u201d, distinguiu v\u00e1rios crit\u00e9rios para justificar ou n\u00e3o as conversas sobre outras pessoas.<\/p>\n\n\n\n

Em s\u00e3 consci\u00eancia, \u00e0s vezes acontece que falamos sobre outras pessoas \u2013 suas dificuldades ou defeitos \u2013 porque elas nos machucaram ou tiveram um impacto negativo sobre n\u00f3s. Encontramos em nosso c\u00f4njuge um ouvido atento para essa emo\u00e7\u00e3o transbordante. Isso \u00e9 fofoca? Da mesma forma, estaria eu traindo um amigo ao confidenciar seu segredo ao meu c\u00f4njuge? Como podemos distinguir entre \u201cnot\u00edcias\u201d e fofocas prejudiciais?<\/p>\n\n\n\n

A fofoca \u2013 ou o pecado da deprecia\u00e7\u00e3o, nas palavras de S\u00e3o Tom\u00e1s de Aquino \u2013 consiste em enfraquecer a reputa\u00e7\u00e3o de algu\u00e9m: \u201cA deprecia\u00e7\u00e3o \u00e9 a difama\u00e7\u00e3o da reputa\u00e7\u00e3o de outra pessoa por palavras.\u201d Isso pode acontecer de quatro maneiras: \u201ca primeira, quando voc\u00ea imputa uma coisa falsa a algu\u00e9m, a segunda quando voc\u00ea aumenta a culpa pela hist\u00f3ria que conta, a terceira quando voc\u00ea revela um segredo e a quarta quando voc\u00ea diz que uma boa a\u00e7\u00e3o foi feita com m\u00e1s inten\u00e7\u00f5es.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Nesses casos, \u00e9 certo que algu\u00e9m se envolve em fofocas, mesmo se estiver falando com os ouvidos benevolentes e atenciosos do c\u00f4njuge.<\/p>\n\n\n\n

Uma quest\u00e3o de inten\u00e7\u00e3o<\/h4>\n\n\n\n

Segundo S\u00e3o Tom\u00e1s de Aquino, \u201cos pecados das palavras devem ser julgados principalmente pela inten\u00e7\u00e3o do orador\u201d. \u00c9 aqui que devemos morder a l\u00edngua antes de falar. Qual \u00e9 a nossa verdadeira inten\u00e7\u00e3o quando falamos de algu\u00e9m? Pode haver outro motivo al\u00e9m do enfraquecimento da reputa\u00e7\u00e3o de algu\u00e9m? \u201c\u00c0s vezes, por\u00e9m, s\u00e3o ditas palavras que diminuem a reputa\u00e7\u00e3o de algu\u00e9m, sem esse objetivo, mas com outro objetivo em mente\u201d. Nesse caso, o te\u00f3logo admite: \u201cn\u00e3o \u00e9 para prejudicar, mas prejudica apenas materialmente e por acidente.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Mais uma vez, \u201cse as palavras pelas quais algu\u00e9m diminui a reputa\u00e7\u00e3o dos outros s\u00e3o ditas para um bem ou por necessidade, observando todas as circunst\u00e2ncias, n\u00e3o h\u00e1 pecado e n\u00e3o se pode dizer que \u00e9 uma deprecia\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Quais s\u00e3o essas circunst\u00e2ncias atenuantes que permitem que as pessoas falem sem que seja um mal? \u201cA primeira \u00e9 que o segredo n\u00e3o seja revelado a mais pessoas do que o necess\u00e1rio, a segunda \u00e9 que a revela\u00e7\u00e3o deve produzir um bom efeito, a terceira \u00e9 que seja feita com a inten\u00e7\u00e3o correta e a quarta \u00e9 que se trata de fazer o bem ou evitar um mal significativo. \u201d<\/p>\n\n\n\n

A responsabilidade do ouvinte<\/h4>\n\n\n\n

S\u00e3o Jer\u00f4nimo disse: \u201cTome cuidado para n\u00e3o contaminar sua l\u00edngua ou seus ouvidos, isto \u00e9, n\u00e3o fale mal dos outros ou ou\u00e7a os que o ouvem.\u201d<\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o Tom\u00e1s acrescenta: \u201cQuem ouve um detrator que ele pode parar e quem gosta de suas deprecia\u00e7\u00f5es \u00e9 culpado do mesmo crime que ele. Assim, parar de fofocar se torna a miss\u00e3o de um casal, um caminho para a santifica\u00e7\u00e3o: ambos os c\u00f4njuges t\u00eam um papel a desempenhar ao saber como discernir o que \u00e9 bom ou n\u00e3o, \u00fatil ou n\u00e3o, sobre o que falar.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Caso isso possa ajudar, aqui est\u00e1 um conselho muito concreto do Papa Francisco, um ardente lutador contra fofocas: \u201cUm crist\u00e3o, em vez de fofocar, deve morder a l\u00edngua\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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Fonte: Aleteia<\/a><\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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