A única forma conseguirmos imitar a Cristo é tendo um encontro pessoal com Ele
Em suas primeiras páginas, o livro “A Imitação de Cristo”, atribuído a Tomás de Kempis, aponta uma via segura para aqueles que desejam imitar a Cristo: “Quem me segue não anda nas trevas” (Jo 8,12).
Nestas palavras de Jesus narradas pelo apostolo João, se encontra o princípio elementar para o discípulo que deseja configurar-se ao Mestre. Aquele que quer imitar a Cristo verdadeiramente, deve renunciar a tudo aquilo que é treva, ou seja, a tudo aquilo que é pecado. Não existe outro caminho para aquele que quer ser um autêntico discípulo de Cristo.
É preciso entender, no entanto, que só o desejo do homem não basta para que este tenha a força suficiente para vencer o pecado. São João em sua “Oração da Alma Enamorada” dizia: “Como se elevará a Ti o homem gerado e criado em baixezas, se Tu não o levantares, Senhor, com a mão com que o fizeste?”
Aquele que quer vencer o pecado precisa ter a humildade de reconhecer que sem o auxilio da graça divina, nada pode fazer.
A compreensão de pecado no contexto atual
No rito de renovação das promessas batismais umas das questões que indagam os fiéis é a seguinte: para viver na liberdade de filhos de Deus, renunciais ao pecado?
Nos tempos atuais, falar de pecado parece algo totalmente fora de moda, algo mesmo inaceitável. Muitos dizem que esta palavra não é mais adequada, pois afasta as pessoas da Igreja. Argumentam ainda, que o discurso do pecado se desgastou e não é mais cabível nos tempos atuais. Tal postura a respeito do pecado, é fruto de um pensamento laxista e amoral que existe nos tempos atuais. Infelizmente, até entre pessoas consagradas a Deus, se encontra esta apologia a respeito do pecado.
Existem ainda outros que querem justificar esta forma laxa de pensar se baseando em uma subjetiva, conveniente, e errônea compreensão da misericórdia divina, como se Deus tudo aceitasse e a nada repreendesse. Juntamente com esta má compreensão do pecado que se tem hoje, se levanta também o grande desafio de levar os homens ao entendimento que o tempo não é um fator que elimina a realidade do pecado.
O que foi pecado ontem, continua pecado hoje e continuará sendo pecado amanhã. Também as mudanças culturais e de mentalidade, não podem ser usadas como uma justificativa para tentar eliminar a realidade do pecado.
Encontro pessoal: condição para imitar a Cristo
Costumo dizer que só é capaz de renunciar a uma paixão quem tem uma grande razão de amor. Em outras palavras, só a força de um verdadeiro amor é capaz de vencer as impetuosidades das paixões que nos levam ao pecado. A única forma de empreendermos um caminho verdadeiro para a imitação de imitação de Cristo, é tendo um encontro pessoal com ele. Sem este encontro autêntico com a pessoa de Jesus, a nossa vida cristã não passará de uma mera teoria, ela será tão somente uma encenação. Cristo deseja nos encontrar! E este encontro antes mesmo de ser um desejo nosso, é um desejo de Cristo.
É Cristo que deseja que cresçamos em intimidade com ele a cada dia, pois enquanto maior for a nossa intimidade, maior ainda será a nossa força para renunciar a tudo aquilo que nos afasta dele.
Este retiro proposto pelo Horeb através do site Hozana, tem o objetivo de levar você a entender que a imitação de Cristo antes de ser um conhecimento teórico que se dá através de leituras de livros, é um caminho de vida que se faz através de um seguimento abnegado da pessoa de Cristo. Caminho este, que se nutre de uma contínua vivência de intimidade com ele. Para participar deste retiro, clique aqui.
Seminarista João Paulo Medeiros, pelo Hozana
Fonte: Aleteia