22 bispos brasileiros participam do Curso anual de formação para novos bispos, em Roma

Basílica de São Pedro, Vaticano. Créditos: Pexels

De 15 a 21 de setembro, ocorre o “Curso anual de formação para os novos bispos”, promovido pelo Dicastério para os Bispos, em Roma. Do Brasil, participam 22 bispos, entre nomeados pelo Papa Francisco no último ano e outros nomeados anteriormente que não puderam participar da última edição. Do mundo todo, são mais de 200 participantes.

O curso tem como tema “Pastores enraizados em Cristo – A serviço de uma Igreja chamada a habitar o presente e custodiar a semente do futuro”. A cada dia de formação, são oferecidas conferências com membros da Cúria Romana nas quais são abordadas diferentes perspectivas da atuação dos pastores em suas dioceses e na comunhão com a Igreja Universal.

A dinâmica do encontro também conta com momentos de diálogo fraterno e círculos menores por grupo linguístico, além de encontros e visitas institucionais.

Custódia e transmissão da fé

No primeiro dia, as formações seguiram a temática do serviço do bispo para a custódia e a transmissão da fé. Eles puderam aprofundar a visão teológica do Papa Francisco sobre a transmissão da Fé, a colegialidade e a sinodalidade. A exposição foi conduzida pelo cardeal Víctor Manual Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé.

Outra conferência tratou do Motu Proprio “Tradicionis Custodes”, sobre Liturgia, conduzida pelo secretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, dom Francesco Viola.

A Igreja no mundo em diálogo

Na terça-feira, 17 de setembro, o tema central das reflexões foi “A Igreja no mundo em diálogo”. Na abertura das atividades, missa presidida pelo cardeal brasileiro dom João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

As conferências trataram do relacionamento da Santa Sé com os governos locais, com exposição do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano; do diálogo inter-religioso e intercultural, com o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação; e dos dois eventos que tocam a Igreja: a conclusão do Sínodo dos Bispos e o Jubileu 2025. As exposições sobre o Sínodo e o Jubileu foram feitas, respectivamente, pelo cardeal Mário Grech, secretário geral do Sínodo, e por dom Rino Fisichella, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

Desenvolvimento humano integral

Nesta quarta-feira, as reflexões abordam o serviço do bispo para um desenvolvimento humano integral. A primeira exposição tratou da gestão pastoral das divisões e dos conflitos por motivos étnicos e/ou políticos, refletindo sobre “como propor itinerários de reconciliação e de paz”. Essa conferência ficou sob a responsabilidade do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny.

Outro tema desta quarta-feira foi o apostolado dos leigos, com o cardeal Kevin Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e as subsecretárias do mesmo dicastério, Linda Ghisoni e Gabriella Gambino.

Encontro com o Papa

Na quinta-feira, 19 de setembro, está marcada a audiência com o Papa Francisco. Os bispos dedicarão a missa do início dos trabalhos na intenção pelo Pontífice e vão abordar a unidade do ministério episcopal, com auxílio do cardeal Gianfranco Ghirlanda. As reflexões também tratam do acompanhamento do clero e da condução pastoral da diocese.

Partilhas

Alguns dos bispos brasileiros presentes no curso partilharam suas impressões:

“É uma alegria estar aqui no curso de novos bispos, poder participar é enriquecedor. Além do conteúdo, da convivência, se aproximar das pessoas que a gente conhece por ler textos, por olhar no site do Vaticano, os presidentes dos Dicastérios, as pessoas que, a serviço da Cúria Romana, estão a serviço da Igreja nas diversas áreas”
– Dom Paulo Renato de Campos, bispo de Barra do Garças (MT)

“Estamos com bispos do mundo inteiro e isso nos enriquece, ouvir tantas línguas, realidades, preocupações. Issos nos ajuda a levar mais ânimo nas bases na nossa pastoral”.
– Dom Juarez Destro, bispo auxiliar de Porto Alegre (RS)

“Além da possibilidade da universalidade, da catolicidade da Igreja, chamo atenção para as temáticas trabalhadas nesse encontro. Para nós que viemos de uma região bastante marcada pela conflitividade da região amazônica, estar aqui e ver a reflexão da Igreja acerca da sinodalidade e dos compromissos de promoção humana, nos ajuda a perceber que, em outros lugares do mundo, existem enfrentamentos tanto quanto os nossos. A possiblidade da troca de experiência e a consolidação de um referencial teórico seguro ajudam no início do nosso ministério”.
– Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar de Manaus (AM)

“Com grande alegria estamos participando nesses dias, em Roma, do Curso para os novos bispos. Tem sido uma experiência muito rica e enriquecedora, porque pudemos não só nos encontrar e partilhar experiências e receber as orientações para a missão que nos aguarda”.
– Dom Agnaldo Temóteo, bispo de Garanhuns (PE)

Por Luiz Lopes Jr.

Fonte: CNBB

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