Quando estamos sofrendo, podemos imitar Jesus e nunca esquecer que Deus é nosso Pai
Quando estamos passando por uma situação difícil ou temos um problema que parece não ter solução, é comum sentir que Deus não atende nossas súplicas ou que se esqueceu de nós, e às vezes optamos por reclamar pela sua suposta ausência ou falta de ajuda.
Ou podemos simplesmente colocar-nos diante de Deus perguntando-lhe por que as coisas são assim, por que nos aconteceu tal ou qual coisa – pergunta esta que, de qualquer maneira, pode estar carregada de raiva por sentir que o que nos acontece é injusto.
Mas é válido reclamar diante de Deus? Será que essa nossa atitude desagrada nosso Pai do céu? Como agir diante dEle em meio às nossas angústias?
Em primeiro lugar, é preciso recordar que ninguém gosta de sofrer – física, moral, espiritual, economicamente etc. Gostaríamos de ver o sofrimento bem longe de nós, e pedimos isso a Deus na oração.
No entanto, quando uma situação de sofrimento se apresenta em nossa vida e pedimos a Deus que nos ajude, no fundo, parece que esperamos que Ele resolva tudo sozinho como por passe de mágica.
Obviamente, se isso não acontece, chegamos a sentir que Ele não nos escuta ou que se esqueceu de nós. Mas a verdade é que fomos nós que esquecemos que Deus nos conhece muito melhor do que ninguém e sabe do que precisamos e o que é melhor para nós.
Ao reclamar com Deus por não ver as coisas resolvidas como gostaríamos ou no tempo que solicitamos, só demonstramos nosso empenho em conceber Deus de um jeito “humano” demais, com falta de humildade, ao confundir talvez nosso lugar diante do Senhor.
Quando quem pede se esquece de que está falando com seu Pai, com seu Deus, com seu Senhor, perde sua atitude de filho, e do clamor passa à reclamação diante dAquele cuja providência nunca nos abandona.
No entanto, Deus entende perfeitamente o que estamos passando e sabe que esse nosso jeito de reagir é fruto do nosso desespero, do cansaço, da frustração.
Mas, quando acontece algo que nos desagrada ou faz sofrer, costumamos perguntar a Deus: “Por quê?”. Esta pergunta dificilmente encontrará uma resposta. Pode ser mais proveitoso para a nossa alma buscar o “para quê” dos acontecimentos.
Jó, na Bíblia, nos dá seu testemunho. Em seu desconcerto, ele também começa buscando os porquês, em seu afã por entender a vontade de Deus. Mas acaba compreendendo que a vontade de Deus nem sempre precisa ser entendida, mas sim seguida com fidelidade, com a atitude de servo humilde.
O próprio Jesus Cristo perguntou ao Pai por que o havia abandonado. Suas palavras enigmáticas nos dão uma grande lição, porque não surgem de uma atitude soberba, mas demonstram o sentimento de solidão e desconcerto de Jesus ao estar na cruz. Mas depois vem a resolução da crise: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!”.
Quando estamos sofrendo, podemos imitar Jesus e nunca esquecer que Deus é nosso Pai; saber que, ainda que neste momento não sintamos sua presença ou não entendamos o que acontece, Ele nunca nos abandonará. Entregar tudo em suas mãos amorosas.
É importante chegar, como Jesus, a experimentar Deus como um verdadeiro Pai; buscar que nossa relação com Ele seja sempre filial, de confiança.
Se fizermos disso uma prática cotidiana, tanto nos momentos agradáveis como nas horas difíceis, tanto no trabalho quanto no descanso, tanto nas conquistas quanto nas perdas, sempre teremos em nossos lábios para Ele o clamor humilde do filho, da criatura, do servo.
Fonte: Aleteia