O padre brasileiro Libério Rodrigues Moreira é venerável. Depois de se reunir ontem (14) com o prefeito do dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, o papa Francisco autorizou a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas do sacerdote.
“Padre diocesano; foi um sacerdote simples, humilde, pobre e viveu a sua vida dedicando-se unicamente ao Senhor e aos outros, dedicando-se de modo particular aos doentes e aos pobres, a quem ajudava material e espiritualmente. As comunidades cristãs que o tiveram como pároco consideraram-no um autêntico homem de Deus e os superiores, conscientes da sua excelente capacidade pastoral, atribuíram-lhe o cuidado de múltiplas comunidades paroquiais ao mesmo tempo”, diz a diocese de Divinópolis (MG), onde, em 2012, foi aberto o processo diocesano sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade de padre Libério.
Segundo a diocese, “os traços característicos” do apostolado de padre Libério “são marcados por uma intensa vida de oração, um estilo de simplicidade, pobreza, mansidão e uma grande aptidão para aconselhar e orientar espiritualmente as pessoas”.
O venerável padre Libério Rodrigues Moreira nasceu em 30 de junho de 1884, em Lagoa Santa (MG), então pertencente à diocese de Mariana. Era de uma família pobre e humilde. Aos sete anos, ficou órfão de pai. Dedicou-se ao trabalho no campo para sustentar a família.
Aos 18 anos, em 1902, mudou-se para Mateus Leme (MG), onde trabalhava e servia como sacristão de seu primo, o padre Joaquim Paulo Vieira. Foi nesta época que “sentiu um forte chamado ao sacerdócio”, conta o site Postulazione Cause Santi. O primo de padre Libério se dispôs a custear os seus estudos e, em 1906, ele entrou para o seminário da arquidiocese de Mariana. Foi ordenado sacerdote aos 32 anos, no dia 25 de abril de 1916.
Depois da ordenação, foi designado vigário coadjutor na paróquia Nossa Senhora do Pilar, em Pitangui (MG). Em 1923, padre Libério foi transferido para a cidade de Pequi, onde foi nomeado pároco pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG). Passou por várias cidades de Minas Gerais. Em 1932, foi para de São José da Varginha. Em 1939, chegou a Nova Serrana, então Cercado de Pitangui, onde permaneceu até 1945. Foi transferido para Leandro Ferreira, onde ficou até 1965.
Em 1965, conta Postulazione Cause Santi, “idoso e cansado, com 81 anos, por iniciativa de dom Cristiano Portela de Araújo Pena, bispo diocesano de Divinópolis, padre Libério foi transferido para a cidade de Pará de Minas, onde passou 15 anos, sem encargo paroquial, pois suas condições de saúde não mais lhe permitiam estar à frente de uma paróquia”.
Segundo a diocese de Divinópolis, o padre Libério “sempre foi obediente aos seus bispos e estava disposto a ir aonde fosse convidado”. Além disso, “seu testemunho do Evangelho era tal que as pessoas o procuravam continuamente para confissão, conselhos e bênçãos espirituais”.
“Particularmente devoto da Eucaristia, exortava os seus fiéis com solicitude paterna a frequentarem os sacramentos, praticando sobretudo a confissão e a Sagrada Comunhão. Apesar das inúmeras dificuldades, nunca desanimou, demonstrando extraordinária confiança na Divina Providência”, acrescenta.
Em 17 de julho de 1980, aos 96 anos, padre Libério se mudou para a cidade de Divinópolis, “onde passou os últimos dias de sua vida, residindo com os pobres na Vila Vicentina”. Morreu em 21 de dezembro de 1980, no Hospital São João de Deus.
Fonte: ACI Digital