“A beleza de toda vocação está no serviço ao próximo, em desgastar-se inteiramente pelo povo de Deus”, disse o bispo auxiliar de Brasília (DF), dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na missa de abertura do mês vocacional no Brasil, na basílica São Francisco de Assis, em Brasília (DF), ontem (1º).
Há 43 anos a Igreja do Brasil dedica o mês de agosto para celebrar, “com mais intensidade” todas as vocações, disse o bispo. O objetivo principal é incentivar as vocações sacerdotais.
A CNBB dedica a primeira semana de agosto às vocações sacerdotais, a segunda às vocações religiosas, a terceira aos diáconos e a quarta às pessoas casadas.
Em sua homilia, o secretário-geral da CNBB ressaltou que a vocação é uma “graça de Deus” na qual “homens e mulheres, respondem generosamente ao Espírito Santo”.
“Essa é a sinfonia que o papa Francisco nos propõe como imagem deste mês vocacional”, disse dom Hoepers. “A igreja: Sinfonia vocacional” é um convite para que todos nós possamos tocar, cantar com entusiasmo! Colaborando na harmonia do plano de Deus para a humanidade”, disse o bispo. “Quando executamos bem a nossa melodia, vamos ouvir a voz do Senhor que é a mais linda de todas as melodias que ressoa no coração de cada vocacionado, atraindo para Si”.
“Mesmo quando nós desafinamos, mesmo quando nós perdemos o ritmo. Ali está a Igreja para nos trazer de volta à harmonia, a comunhão, a unidade, a fidelidade da melodia original”, disse dom Hoepers. “Deus escreve a melodia e todos, todos, todos em qualquer lugar do mundo podem ler e compreender o que está sendo tocado”.
“Três perspectivas vocacionais”
Dom Hoepers falou de “três perspectivas vocacionais” do livro do profeta Jeremias. O primeiro é: “Levanta-te e vai à casa do oleiro”.
“Vejam que a vocação é sempre um chamado de Deus a sairmos do nosso comodismo, a sairmos do nosso lugar seguro, habitual para irmos ao encontro do plano de Deus. “Levanta, vai a casa do oleiro” é um impulso do Espírito Santo. Tira cada um de nós no lugar de privilégio e nos leva ao espaço onde Deus escolheu para nós: “Ali farei ouvir minhas palavras”.
“Em seguida, quando Jeremias chega, o oleiro está trabalhando. “A experiência vocacional vai sendo moldada por Deus. Ela não é estática, mas dinâmica”, disse o secretário geral da CNBB. “Ser barro nas mãos de Deus não é uma resignação vazia”.
O terceiro ponto que dom Ricardo abordou foi “como barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão”. Ele destacou que, “responder generosamente esse chamado de Deus é um ato de fé, de confiança, de generosidade e de disposição interior”. “Isso muda a nossa vida, a nossa própria vontade e as nossas perspectivas”.
A dinâmica vocacional
“Responder a vocação com fidelidade não é fácil”, disse o bispo. “Nessa imensidão do mar do mundo, encontramos de tudo. Podemos tanto nos alimentar de coisas boas, como também podemos ser engolidos de coisas ruins. Precisamos exercitar esta fidelidade todos os dias para não sermos engolidos por aquilo que desfoca o plano de Deus em nós”.
“Se no nosso destino final haverá um discernimento em que, Deus separará o que é bom e o que não é bom, nós precisamos antecipar esse destino final do nosso modo de ser e de agir, também discernindo o que é próprio do nosso sim, da nossa vocação e o que é indigno daquilo que Deus escolheu para nós”, disse dom Hoepers. “Todos nós estejamos prontos para sermos recolhidos na vocação final, a felicidade eterna!”
Fonte: ACI Digital