Joe Biden é pró-aborto, apesar de se dizer católico. Bispos incentivam debate, porque o Partido Democrata já impôs aborto a entidades católicas
Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida e a liberdade religiosa. Esta foi uma das mais relevantes partes da nota que a Conferência Episcopal norte-americana divulgou neste sábado, 7, depois que grande parcela da imprensa do país projetou como irreversível a vitória do candidato do Partido Democrata nas eleições presidenciais.
A nota é assinada por dom José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos. O texto lança um convite a todos os habitantes do país:
“Trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus”.
Os bispos reforçam a importância do respeito à liberdade:
“Agradecemos a Deus pela bênção da liberdade. O povo americano manifestou-se nestas eleições. Agora, é hora de nossos líderes cooperarem num espírito de unidade nacional e se disporem ao diálogo e ao compromisso pelo bem comum”.
No tocante a promover a paz, a fraternidade, a confiança recíproca e o espírito de verdadeiro patriotismo, os bispos acrescentam:
“A democracia exige que todos nos comportemos como pessoas virtuosas e autodisciplinadas. Exige que respeitemos a livre expressão das opiniões e nos tratemos uns aos outros com caridade e civismo, mesmo que estejamos profundamente em desacordo em nossos debates sobre questões de direito e de política pública”.
Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida
De fato, Joe Biden é pró-aborto, apesar de se declarar católico. Tal posição é abertamente incompatível com a fé cristã, com a ética natural e com a ciência livre de ideologias. Afinal, todo nascituro humano é uma pessoa viva em seu estágio inicial de desenvolvimento, e, portanto, requer proteção. O “profundo desacordo” entre Biden e a Igreja, neste ponto, parece evidente.
Além disso, o maior conglomerado de clínicas de aborto do mundo, a Planned Parenthood, declarou explicitamente durante a campanha o seu apoio ao então candidato Joe Biden, devido à sua postura favorável ao aborto. Leia sobre o fato na matéria recomendada ao final deste artigo.
A Conferência Episcopal dos EUA pede que haja debate. É uma boa lembrança a Biden: o debate, afinal, envolve diálogo, e, portanto, não é compatível com a imposição de censura contra quem discorde das posições ideológicas do seu partido. Reforçar este ponto é crucial porque o Partido Democrata, durante o governo de Barack Obama, já obrigou as instituições católicas a oferecerem “serviços de interrupção da gestação” nos hospitais privados que administram, o que é absolutamente inaceitável tanto do ponto de vista do respeito à liberdade religiosa quanto do respeito à própria democracia.
Um caso concreto e aberrante foi o que vitimou a congregação das Irmãzinhas dos Pobres: as políticas sanitárias do governo de Barack Obama as obrigava a cobrir procedimentos abortivos e de esterilização em seus hospitais católicos. Elas precisaram enfrentar uma longa batalha judicial até que a Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu o óbvio: que elas não podem ser obrigadas a se sujeitar aos notórios atropelos ideológicos impostos à sua congregação religiosa. Confira:
Reconhecimento da validade da projeção da imprensa
Os bispos reconheceram, sem polêmicas, o resultado da eleição de 2020 conforme projetado pela imprensa:
“Joseph R. Biden recebeu votos suficientes para ser eleito o 46º presidente dos Estados Unidos da América. Parabenizamos o Sr. Biden e reconhecemos que ele se une a John F. Kennedy como o segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica”.
O episcopado norte-americano também cumprimenta a senadora Kamala Harris como “a primeira mulher da história a ser eleita vice-presidente” do país.
Uma nação sob Deus
A nota dos bispos finaliza:
“Peçamos à Bem-aventurada Virgem Maria, padroeira desta grande nação, que interceda por nós. Nos ajude a trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus, onde se defenda a santidade de cada vida humana e se garanta a liberdade de consciência e de religião”.