Como Jesus viveu sua infância, adolescência e juventude? É verdade que foi para a Índia? Pe. José de Jesus Aguilar, cônego da Catedral Primaz do México e vice-diretor de Rádio e Televisão da Arquidiocese do México, responde.
Em um vídeo, Pe. Aguilar assinalou que “o Tempo de Natal acaba de terminar”. Após ver na liturgia “como os magos adoravam o Menino Jesus”, apenas uma semana depois, recorda-se “que esse menino tem agora cerca de 30 anos e é batizado por João Batista”.
“E vem neste tempo no qual estamos acostumados a que as revistas de fofocas nos digam tudo sobre todas as pessoas: o que fizeram, o que aconteceu, etc. Pensamos que naquele tempo acontecia a mesma coisa”, lamentou.
O sacerdote mexicano explicou que “Deus, quando permite que a Escritura seja escrita, inspira algumas pessoas para falar sobre coisas essenciais, coisas importantes”.
“Portanto, na Bíblia, vamos encontrar certos elementos da história, mas não a história completa de todos os personagens, não as biografias. Vamos encontrar profecias, veremos como elas são cumpridas e, sobretudo, descobriremos que Deus nos pede certos elementos, como os mandamentos, por exemplo, para que tenhamos uma vida adequada e nos aproximemos dessa salvação que Cristo nos oferece”.
Pe. Aguilar indicou que, seguindo os costumes judaicos da época, “Jesus Cristo todos os sábados se reunia com sua família para celebrar o Sabbat, que São José era o encarregado de lhe ensinar as leis judaicas, de levá-lo à sinagoga para que lá fizesse suas orações”.
Além disso, indicou, “Jesus deixava seus cabelos crescerem como todos os judeus, sua barba também, que Jesus Cristo usava um manto para orações, que orava com os Salmos, que ia a Jerusalém todos os anos e trabalhava na oficina de seu pai, com a profissão que, precisamente, aprendeu dele”
O sacerdote mexicano alertou que “aquelas histórias que aparecem em nosso tempo sobre o Menino Jesus que realizava milagres, que se irritava e fazia alguém morrer, etc., não são tiradas dos Evangelhos, mas estão cheias de elementos que surgiram muitos anos depois”.
Pe. Aguilar explicou que, nos chamados “evangelhos apócrifos”, diz-se “que Jesus Cristo, de repente, quando via que o pai não tinha tábuas para fazer seus trabalhos, tocava-as e estas se alongavam, ou que o menino começava a fazer passarinhos de barro, soprava-os e estes saíam voando. Essas coisas são contrárias inclusive aos Evangelhos, porque recorda que o Evangelho nos menciona que o primeiro milagre que Jesus realiza é o das Bodas de Caná”.
Portanto, enfatizou, “não houve milagres na infância, adolescência e juventude de Cristo”.
“Quando o Evangelho menciona que as pessoas de seu povo se surpreendiam quando Cristo, aos 30 anos, começa a pregar incrivelmente, começa a fazer milagres incrivelmente, as pessoas questionam que este não é o filho de José, que cresceu todo o tempo conosco, não é filho do carpinteiro. Isso nos indica que Jesus nunca saiu de Nazaré”, continuou.
“Não foi estudar na Índia, nem estudar em Cachemira, nem esteve entre os grandes rabinos do Templo de Jerusalém. Não, precisamente isso era o que chamava a atenção, que um menino, que um adolescente, que um jovem, que um homem que todo o tempo esteve crescendo em Nazaré tenha começado a pregar de tal maneira e tenha realizado os milagres tão extraordinários que as pessoas estavam vendo”, destacou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Fonte: ACI Digital