Reconectar-se ao corpo é a chave para lutar contra qualquer tipo de vício; saiba como começar
Acomparação pode ser simples, mas funciona: o vício tem o mesmo efeito sobre quem sofre com ele como uma pedra no sapato. Ou seja: é uma distração constante e, a longo prazo, dói muito. Mas, ao colocar uma pequena pedra no bolso, você introduz um novo mecanismo para ajudar a superar o vício. Essa pedra, de fato, é uma ferramenta para você se reconectar consigo mesmo(a).
Existem muitas razões pelas quais uma pessoa pode cair em um vício comportamental, como pornografia, masturbação etc. Podemos listar, por exemplo: falta de motivação, baixa autoestima, baixa autoconfiança, falta de identidade, vergonha, culpa, dificuldade em controlar as emoções, um vínculo insuficiente de apego e trauma ou abuso passado. Porém, independentemente da causa, existe uma característica principal do vício: o desligamento do próprio corpo.
O vício e o corpo
Nunca é o corpo em si que causa atos compulsivos, incluindo aqueles relacionados à sexualidade. O único órgão responsável por isso é o cérebro, devido a pensamentos desajustados e obsessivos, sobre os quais perdemos o controle e aos quais nos submetemos. O corpo não é o inimigo. Ele não nos pede nada, exceto que cuidemos dele. No processo de retomada do controle sobre nós mesmos, nosso corpo é um aliado, um suporte sólido.
Reconectar-se ao seu corpo significa ancorar-se no aqui e agora, e retornar à realidade. Essa prática tem vários efeitos positivos: ela corta a antecipação doentia da “recompensa” viciante, desvia a atenção de seus pensamentos, ajuda seu cérebro a se desligar e, finalmente, acalma as funções orgânicas que podem ser subjugadas por emoções e excitação (coração, respiração, estômago, abdômen inferior).
Como praticar a reconexão corporal
Cada um de nós pode praticar esta reconexão em nosso dia a dia como medida preventiva ou curativa. Para isso, precisamos pensar sobre a nossa respiração (inspirar, expirar) de forma mais consciente, estar atentos às nossas sensações internas e, por fim, precisamos nos colocar em estado de receptividade com um dos nossos cinco sentidos.
É precisamente este último que praticamos ao colocarmos uma pedrinha no bolso. Cada vez que nos damos conta da sua presença, em qualquer lugar e a qualquer hora, podemos decidir concentrar a nossa atenção neste objeto. Com o nosso sentido do tato, antes de mais nada: qual é sua forma, seu peso, sua textura? Mas também com os outros sentidos.
Claro, só este exercício simples não é suficiente. Libertar-se de um vício requer um trabalho profundo de longo prazo em todas as dimensões da pessoa: mental, emocional, física, comportamental e espiritual.Mas ter uma pedra no bolso permite que você avance com mais facilidade. Afinal, a liberdade e o amor não vão esperar para sempre!
Fonte: Aleteia