A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós
Para o fiel católico, a adoração a Nosso Senhor presente na Eucaristia, com seu corpo, sangue, alma e divindade, é muito importante.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que a Igreja “professou e professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia, não somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela, conservando com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão” (n. 1378). Mais: “Pelo aprofundamento da fé na presença real de Cristo em sua Eucaristia, a Igreja tomou consciência do sentido da adoração silenciosa do Senhor presente sob as espécies eucarísticas. É por isso que o tabernáculo deve ser colocado em um local particularmente digno da igreja; deve ser construído de tal forma que sublinhe e manifeste a verdade da presença real de Cristo no santo sacramento” (n. 1379). Ainda: “A Igreja e o mundo precisam muito do culto eucarístico. Jesus nos espera neste sacramento do amor. Não regateemos o tempo para ir encontrá-lo na adoração, na contemplação cheia de fé e aberta a reparar as faltas graves e os delitos do mundo. Que a nossa adoração nunca cesse” (n. 1380).
Cabe citar também um longo e significativo trecho de São João Paulo II sobre o assunto: “O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa – presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho – resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramental e espiritual. Compete aos Pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas”.
“É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto (cf.Jo 13,25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela ‘arte da oração’, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio! Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de Ligório, que escrevia: ‘A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós’. A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça. Uma comunidade cristã que queira contemplar melhor o rosto de Cristo, segundo o espírito que sugeri nas cartas apostólicas Novo millennio ineunte e Rosarium Virginis Mariæ, não pode deixar de desenvolver também este aspecto do culto eucarístico, no qual perduram e se multiplicam os frutos da comunhão do corpo e sangue do Senhor” (Eclesia de Eucharistia, n. 25).
Do ponto de vista dos frutos concretos da adoração permanente à Santíssima Eucaristia, o Pe. Patricio Hileman, propagador da importância das capelas de adoração perpétua, na América Latina, afirma que, além da conversão de grande número de pessoas, “um dos grandes benefícios é a quantidade de vocações sacerdotais que surgem. Há mais de três bispos no México que tinham o seminário fechado e quando começaram com cinco capelas dedicadas ao Santíssimo Sacramento nas paróquias de suas dioceses, eles foram reabertos. Em Ciudad Juárez – a cidade mais perigosa do mundo – fomos construir uma capela num período no qual morriam quarenta pessoas por dia. Depois de três meses de tê-la construído, os padres nos chamaram para nos dizer que ninguém mais havia morrido” (Religión en Libertad, 14/09/2013, online).
E nós? Quanto tempo do nosso dia ou da semana passamos em adoração a Nosso Senhor na Eucaristia?
Fonte: Aleteia