“Acolhendo o convite dos respectivos Chefes de Estado e dos Bispos, o Santo Padre Francisco fará uma Viagem Apostólica à República Democrática do Congo de 2 a 5 de julho, visitando as cidades de Kinshasa e Goma, e ao Sudão do Sul de 5 a 7 de julho, indo para Juba. O programa da viagem será publicado posteriormente”, diz comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé publicado hoje (3).
Sudão do Sul
Em abril de 2019, o papa Francisco encerrou um retiro espiritual no Vaticano, do qual participaram as autoridades civis e eclesiásticas do Sudão do Sul. “Não me cansarei de repetir que a paz é possível”, disse o papa a elas. Desde a independência, em 2011, o país vive uma guerra civil e uma grave crise humanitária.
Durante o retiro, o papa falou de seu desejo de visitar o Sudão do Sul assim que houvesse condições apropriadas.
Durante seu discurso final, proferido em 11 de abril na Casa Santa Marta, no Vaticano, o papa afirmou: “Confirmo o meu desejo e esperança de ir proximamente, e com a graça de Deus, à sua amada nação com os meus queridos irmãos aqui presentes, o Arcebispo de Cantuária e o ex-Moderador da Igreja Presbiteriana”.
Aos líderes políticos que assinaram o acordo de paz, exortou: “Peço-lhes como um irmão, permaneçam em paz, peço com o coração, vamos adiante, haverá muitos problemas, mas não se assustem, sigam adiante, resolvam os problemas, vocês começaram um processo, que termine bem”, e se inclinou para beijar os pés de quatro deles.
República Democrática do Congo
Francisco disse em várias ocasiões que acompanha de perto a situação na República Democrática do Congo (RDC).
Em 5 de fevereiro, o papa se disse consternado por um ataque terrorista no campo de refugiados de “Plaine Savo“, na RDC.
Francisco se referia a um atentado terrorista ocorrido em 2 de fevereiro e que causou “várias vítimas, a maioria mulheres e crianças”.
Num telegrama, o papa condenou “este ato atroz e bárbaro que é fonte de grande sofrimento e desolação para o país” e implorou a Deus “pelo dom da paz e da fraternidade nesta região de grande sofrimento”.
Segundo a imprensa internacional, o ataque foi perpetrado por rebeldes da Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) e causou a morte de ao menos 60 pessoas e feriu outras ao incendiar as cabanas de lona onde viviam os deslocados.
Na República Democrática do Congo (RDC) existe um conflito entre o Exército e outras forças militares rebeldes desde 1998.
O presidente congolês Félix Tshisekedi enviou forças militares às províncias de Ituri e Kivu do Norte desde maio para reforçar as operações contra os vários grupos rebeldes presentes na área.
Em fevereiro de 2021, o embaixador italiano na República Democrática do Congo, Luca Attanasio, foi morto junto com outras duas pessoas em um ataque perto da cidade de Goma.
O diplomata italiano tinha 43 anos, era casado e tinha três filhos. Foi Embaixador em Kinshasa desde 2017, iniciou o serviço diplomático em 2003 e viveu, entre outros países, na Nigéria.
O ataque ocorreu em 22 de fevereiro de 2021, quando o comboio viajava ao norte de Goma para visitar uma escola do Programa Mundial de Alimentos (PMA). Junto aos três mortos, outras três pessoas foram sequestradas.
Fonte: ACI Digital