Parece mais natural amar apenas quem retribui, mas esse tipo de amor é “reativo”. Decidir amar, mesmo quando nos custa sacrifícios, é a libertação operada pelo amor
“Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” (Mt 5, 42-48). Ser de Deus significa comportar-se como Jesus, e a característica do amor de Deus consiste em libertar-se da lógica da “ação-reação”.
Na verdade, muito do que fazemos é mais por reação do que por decisão. De fato, é fácil corresponder ao bem que vem de alguém que nos ama – e é igualmente fácil sentir rancor contra alguém que nos feriu.
Libertação
Jesus pede-nos que libertemos o nosso amor deste mecanismo e o entreguemos a uma lógica de gratuidade que não tem nada a ver com simplesmente “sentir”, mas sim com “decidir”.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito.
Diferença
Isso significa: se você ama apenas quando sente que ama, qual é a diferença entre você e qualquer outra pessoa? Ao invés disso, você decide amar mesmo quando sente que isso é cansativo, quando suas emoções lhe dizem o contrário, quando a reação mais humana poderia ser o ódio.
Na prática, Jesus nos pede para diferenciarmos entre o que sentimos e o que decidimos. Somos Seus filhos não apenas quando temos sentimentos positivos. Somos Seus filhos, acima de tudo, quando, apesar de sentirmos sentimentos negativos, decidimos fazer boas escolhas colocando-nos contra esses sentimentos viscerais tão humanos. É Jesus quem nos pede para raciocinar com outro critério de justiça.
Evangelho segundo São Mateus 5,43-48
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”.
Eu, porém, digo-vos: amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o Sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».
Fonte: Aleteia