Na manhã de hoje (23), o papa Francisco recebeu em audiência os voluntários italianos do Sistema Nacional de Defesa Civil, no Vaticano. Durante o encontro, Francisco agradeceu aos presentes pelo trabalho de acolhimento aos refugiados que chegam da Ucrânia fugindo “da guerra absurda”, pelo trabalho que fizeram durante a pandemia, pelo serviço aos doentes, famílias e pessoas vulneráveis e pelo apoio à campanha de vacinação contra a covid. “Obrigado pelo que fizeram e continuem fazendo em silêncio”, disse Francisco.
Francisco destacou três tipos de proteção:
Proteção do isolamento social
O papa disse que “a primeira proteção de que precisamos é aquela que nos preserva do isolamento social; é uma forma muito importante de dar voz à esperança”.
Destacou também que “ninguém se salva sozinho” e que devemos entender e ver “que a nossa vida depende da dos outros e que a bondade é contagiante”.
“Estar perto de nossos irmãos e irmãs nos torna melhores, mais úteis e solidários. E, ao mesmo tempo, nossa sociedade se torna um pouco mais habitável. Na medida em que essas atitudes crescem e se conectam em um estilo de cidadania solidária, elas constroem verdadeiramente a proteção civil”, disse.
“As emergências desses anos, ligadas ao acolhimento de refugiados que fogem de guerras ou mudanças climáticas, recordam como é importante encontrar alguém que estenda a mão, que ofereça um sorriso, que gaste tempo gratuitamente, que faz sentir em casa”, continuou Francisco.
Segundo Francisco, “toda guerra marca uma rendição à capacidade humana de proteger. Uma negação do que está escrito nos compromissos solenes das Nações Unidas”.
“Portanto, são Paulo VI, falando na ONU, proclamou: ‘Nunca mais a guerra!’. Repitamos isso hoje diante do que está acontecendo na Ucrânia, e protejamos o sonho de paz das pessoas, o direito sagrado dos povos à paz”, pediu o papa.
Contra os desastres ambientais
O papa Francisco disse então que “as mudanças climáticas do nosso tempo multiplicaram os eventos atmosféricos extremos, com consequências dramáticas para as populações civis”.
“O impacto é catastrófico para as pessoas que perdem suas casas por conta das enchentes de cursos de água, tornados, alterações hidrogeológicas. A terra grita! Quando forçamos a mão, a natureza mostra seu rosto cruel e o homem é esmagado, obrigado a gritar seu medo”, disse o papa.
Francisco continuou dizendo que “a proteção é um sinal de cuidado com o território que habitam: estão ali para salvar vidas e promover comunidades. Somos chamados a proteger o mundo e não a depredá-lo”, disse.
Prevenção
Como terceiro ponto, o papa destacou que “é preciso formar as consciências para que os bens comuns não sejam abandonados ou sejam usados apenas em benefício de poucos. E vigiar para que eventos adversos não provoquem desastres irreparáveis na população”.
Da mesma forma, incentivou a “educar para a beleza, valorizando histórias de vida e tradições, culturas e experiências sociais. Ao fazer isso, vocês se tornam artesãos da esperança”, disse.
“Proteger é, portanto, cuidar. Deus é Pai, cuida de nós e não nos deixa faltar o seu amor. Ele nunca nos abandona, sempre nos pega pela mão e nos acompanha, nos protege e nos ampara”, concluiu Francisco.
Fonte: ACI Digital