O papa Francisco enumerou três condições para um empresário entrar no céu: partilhar riqueza, ter vocação comunitária e ser trabalhador. Francisco falava a membros da Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria) que recebeu hoje (12).
Para Francisco, os empresários são o “componente essencial na construção do bem comum, motor primário do desenvolvimento e da prosperidade”.
Segundo o papa, existem dois tipos de empresários: os mercenários e aqueles empresários semelhantes ao bom pastor, “que sofrem o mesmo sofrimento que seus trabalhadores, que não fogem diante dos muitos lobos que giram em torno”.
O papa disse que “a vida dos empresários na Igreja nem sempre foi fácil”, pois muitas vezes se assemelham aos vendedores que Jesus expulsou do templo.
“Na realidade é possível ser comerciante, empresário e um seguidor de Cristo, um habitante de seu Reino”, disse o papa. “A pergunta então é: quais são as condições para que um empresário possa entrar no Reino dos Céus?”
1. Partilhar
“A primeira é partilhar. A riqueza, por um lado, ajuda muito na vida; mas também é verdade que muitas vezes a complica: não só porque pode se tornar um ídolo e um patrão implacável que consome toda a sua vida dia após dia”, disse Francisco.
Uma forma de partilhar é por meio do pagamento de impostos, que devem ser justos, e da geração de empregos, principalmente para os jovens, disse o papa. “Os impostos não devem ser vistos como usurpação. São uma forma elevada de partilha de bens, são o coração do pacto social”.
2. Vocação comunitária
Francisco disse que “devemos destacar o papel positivo que as empresas desempenham na realidade da migração, favorecendo a integração construtiva e valorizando as capacidades indispensáveis para a sobrevivência da empresa no contexto atual”.
“Ao mesmo tempo, é preciso reiterar fortemente o ‘não’ a qualquer forma de exploração das pessoas e negligência em sua segurança”, disse.
3. Ser trabalhador
“Uma das graves crises do nosso tempo é a perda de contato dos empresários com o trabalho: à medida que crescem, a vida se desenvolve em escritórios, reuniões, viagens, convenções, e já não frequentam mais as oficinas e fábricas. Eles esquecem o ‘cheiro’ do trabalho”, disse o papa. “Todo trabalhador depende de seus empresários e diretoria, também é verdade que o empresário depende de seus trabalhadores, de sua criatividade, de seu coração e de sua alma: depende de seu ‘capital’ espiritual”.
Por fim, explicou que “os grandes desafios da nossa sociedade não serão superados sem bons empresários”.
“Sem novos empreendedores, a terra não resistirá ao impacto do capitalismo e deixaremos as gerações futuras com um planeta muito ferido, talvez inabitável. O que fizemos até agora não é suficiente: ajudemos juntos a fazer mais”, concluiu o papa Francisco.
Fonte: ACI Digital