Mal pronunciado o “sim” do noivado, os noivos rapidamente se veem sobrecarregados com a organização do grande dia. No entanto, alguns optam por romper com as convenções para organizar um casamento que seja a cara deles
Cardápio, lista de convidados, decoração floral, panos de mesa… A organização de um casamento requer muita energia e pode até interferir na preparação espiritual dos noivos. Sem mencionar que essas escolhas materiais podem desencadear tensões adicionais.
De fato, alguns aspectos do casamento são essenciais; outros, não. Por isso, casais em busca da sobriedade explicam suas escolhas pela Aleteia.
Simplicidade
Para Isaure e seu noivo, a palavra de ordem é simplicidade. Eles decidiram não organizar um recepção noturna, mas uma tarde de coquetéis: “Preferimos organizar um dia de casamento simples. Assim, temos a tarde inteira para curtir nossos convidados”, explica Isaure. “Meu noivo tem uma família muito pequena, ao contrário de mim. Então, convidamos apenas parentes próximos. Queremos um casamento parecido com a gente, simples, sem injunções”, acrescentou a noiva.
“Na verdade, a gente cria obrigações, como dar lembrancinha aos convidados, dar um presente aos padrinhos, planejar enfeites coloridos… Mas é preciso saber se livrar disso porque, em última análise, os convidados não têm expectativas particulares. Eles ficam felizes só por estarem lá”, explica outra noiva, a Delphine.
Sustentabilidade
As renúncias, às vezes, são de ordem ecológica. Quitterie, ainda noiva, confidencia: “Não sei se é muito ‘liberal’ mas optamos por não ter carro para a saída da Missa. Para nós, isso é tecnicamente possível, porque a igreja e a recepção são no mesmo bairro. Cada um de nós leva as questões ecológicas atuais muito a sério, então tentamos colocar um pouco de sobriedade em um dia muito ‘consumista’… Admito que isso é apenas um detalhe, mas também acho que as pequenas coisas são, em última análise, as mais importantes para a nossa vida futura”, explica a noiva.
Catarina, por exemplo, não quis investir muito dinheiro em um vestido de noiva que só usará uma vez na vida. “Encomendei o meu vestido de noiva num site online, a um preço muito razoável! Era um vestido de princesa – como nos meus sonhos -, mas sobretudo a um preço de sonho! Nunca me arrependi da minha escolha. Se eu não tivesse mencionado isso, ninguém teria suspeitado. Mas me pareceu importante testemunhar: os orçamentos de certos vestidos me parecem totalmente imprudentes”, alerta.
Preparação espiritual
O tempo do noivado é um momento de reflexão, oração e compromisso. Muitos noivos se sentem sobrecarregados com a pressão da organização material em detrimento de sua preparação espiritual. Se certas considerações podem ser amenizadas em benefício da jornada pessoal, por que não permitir isso?
A encíclica Laudato si, a pandemia de Covid e as diversas crises vividas pelos nossos países ocidentais parecem influir nessas escolhas. A nova geração tem novas aspirações, talvez menos materialistas, do que antes. Ela também ousa dizer ‘não’ para questões que tradicionais.
Liberdade
Quer as razões sejam familiares, ecológicas, financeiras ou de outras ordens, os noivos de hoje tomam novas liberdades. Como a sociedade mudou radicalmente nos últimos 50 anos, não é surpreendente ver novas aspirações tomando forma. Sendo os casamentos mais tardios, os noivos também costumam ser mais seguros e estar em uma idade mais avançada, o que lhes dá confiança para assumir suas próprias escolhas em relação às suas famílias.
Enquanto certos hábitos se vão perdendo, outros vão-se criando.
Cada época, portanto, tem suas obrigações e suas convenções! O objetivo – e o que deve permanecer essencial – do casamento está bem resumido nestas palavras do Beato Carlos de Habsburgo à sua esposa Zita : “Agora devemos ajudar-nos a ir para o céu”.
Fonte: Aleteia