Há um prefácio de missa em que se canta e se reza assim: “Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários porque nada acrescentem à vossa glória, eles nos aproximam de vós”
Ope. Cido Pereira mantém uma coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, da arquidiocese paulistana. Recentemente, ele recebeu do leitor Adriano Santos um questionamento sobre o porquê de precisarmos pedir algo a Deus quando Ele já sabe do que necessitamos.
O sacerdote explicou:
“Meu irmão, há um prefácio de missa em que se canta e se reza assim: ‘Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários porque nada acrescentem à vossa glória, eles nos aproximam de vós’. Podemos dizer a mesma coisa em relação às nossas orações de súplica. ‘Ainda que elas não sejam necessárias porque vós, Senhor, nos conheceis e estais atento às nossas necessidades, elas nos aproximam de vós, elas nos lembram sempre de que, sem vós, nada somos, elas criam entre nós e vós uma intimidade que nos anima, nos aquece, nos enriquece, nos santifica’”.
O pe. Cido prosseguiu:
“É claro que Deus cuida de nós. É claro que Ele está atento às nossas necessidades. O próprio Jesus nos garantiu: ‘Olhai os lírios do campo, como eles são lindos! Nem Salomão, com todo o esplendor do seu reino, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a flor do campo que hoje está viçosa e amanhã está seca e morta, como deixará de cuidar de vós?’. Também é confortador ouvir Jesus dizendo: ‘Não cai um pardal do telhado sem que Deus não saiba. E vocês valem muito mais do que os pardais. Até os fios de cabelos de vocês estão contados’”.
Trazendo à prática estas certezas afirmadas pelo próprio Cristo, o pe. Cido recordou:
“Como já disse, porém, orar é conversar com Deus, é perceber nossa fragilidade, é manter-se na intimidade deste Deus que é só amor, é só carinho, é só ternura por nós. Por tudo isso, a oração é muito importante. Jesus é um mestre em oração. Na oração, Ele louva o Pai porque ouve suas preces, porque revela seus segredos aos pequeninos. Na oração, Ele grita por socorro – ‘Pai, afasta de mim este cálice’ –, mas se entrega nas mãos de Deus – ‘Faça-se a tua vontade e não a minha’. Na oração, ele reclama: ‘Por que me abandonaste?’. Jesus passa a noite em oração, e nos momentos decisivos de sua missão Ele ora no deserto, passa a noite em oração. Jesus ora baixinho para si mesmo, ora alto diante de todos. E nos ensina a orar e a dizer: ‘Pai nosso que estás nos céus…’”.
Ao finalizar, o sacerdote exorta:
“Vamos ser homens e mulheres de oração, porque, pela oração, nós, seres humanos, nos divinizamos, transformamos a nossa vida, a vida dos outros e o mundo”.
Fonte: Aleteia