“Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento de gratidão à memória de são João Paulo II, nestes dias, objeto de ilações ofensivas e infundadas”, disse o papa Francisco ontem (16), após a oração do Regina Coeli na praça de São Pedro.
A mesma mensagem também foi publicada na conta oficial do papa Francisco no Twitter @pontifex_pt.
Pietro Orlandi, irmão da menina que desapareceu há 40 anos, insinuou na semana passada em um programa de televisão que João Paulo II saia em segredo do Vaticano à noite para se envolver em comportamentos inapropriados.
Orlandi fez a declaração em 11 de abril no programa de televisão italiano Di Martedi, no qual apareceu com a advogada de sua família, Laura Sgrò. Ambos se recusaram a relatar as fontes e evidências da denúncia.
O cardeal Stanisław Dziwisz, que foi secretário pessoal de João Paulo II por quase 40 anos, saiu em defesa do papa polonês, chamando os comentários de Pietro de “imprudentes” e depois dizendo que “seria mais correto dizer imediatamente insinuações vergonhosas”.
O cardeal também considerou o ocorrido no caso “doloroso” e expressou sua esperança de que a imagem de são João Paulo II possa ser libertada “do turbilhão de enganos, mitomania e pilhagem”.
Em janeiro de 2023, o Promotor de Justiça do Vaticano, Alessandro Diddi, reabriu o dossiê do caso Orlandi na tentativa de demonstrar a intenção da Santa Sé de esclarecer o caso.
A Santa Sé sempre negou qualquer participação no desaparecimento da menina e cooperou com outras investigações sobre o desaparecimento nos últimos anos.
O cardeal Dziwisz reconhece que é “um crime gigantesco” o que foi feito a Emanuela e sua família, mas igualmente “criminoso é lucrar com isso, com reclamações incontroláveis, destinadas a desacreditar antecipadamente as pessoas e os ambientes até que se prove de outra forma dignos de estima universal”.
“Isso não anula a dor incompreensível de uma família que não tem notícias da filha há 40 anos mereça todo o respeito, toda a atenção, toda a proximidade”, acrescentou.
A Conferência Episcopal Italiana (CEI) emitiu um comunicado ontem (16) unindo-se ao “pensamento agradecido à memória de são João Paulo II, objeto nos últimos dias de acusações ofensivas e infundadas”.
Fonte: ACI Digital