Práticos em vários sentidos, esses grupos exigem, no entanto, uma certa disciplina para não se tornarem opressivos
Nos últimos anos, multiplicaram-se os grupos de WhatsApp que reúnem pais de alunos da mesma turma. Muito práticos em vários sentidos, esses grupos exigem, no entanto, uma certa disciplina para não se tornarem opressivos.
Excesso de investimento por parte dos pais, horários atrasados, discussões demoradas, críticas a professores ou outros alunos, acúmulo de mensagens irrelevantes: essa é, de forma geral, a realidade desses grupos. E o sistema de troca de mensagens divide a opinião dos pais.
Caroline, 35 anos e mãe de dois meninos, destaca: “Me irrita ver as constantes trocas no grupo de WhatsApp da turma do Antoine, que está no jardim de infância! Porém, muitas vezes fui salva por um pai que nos lembrou que era dia de levar açúcar para um trabalho na escola, que as crianças precisavam ir para a aula com camiseta amarela ou de fantasia”.
Já Bérengère, mãe de três filhos na escola primária, silenciou o grupo de pais no WhatsApp. “Admito que, às vezes, é útil, quando uma das crianças esqueceu um caderno, por exemplo. Em cinco minutos, um pai atencioso envia uma foto da aula. Por outro lado, quando uma avalanche de mensagens constata que a poesia não está presa no caderno ou, pior, começa a questionar o trabalho da professora, fico horrorizada. Então, coloco as notificações no modo silencioso”, diz ela.
O que está errado?
Na França, um estudo mediu o grau de satisfação com o uso dos grupos do WhatsApp. Em geral, os franceses estão muito satisfeitos com o WhatsApp e até acham difícil viver sem o aplicativo. Mas muitos também manifestam irritação com os grupos ligados à escola: 20% dos pais de alunos preferem não participar desses grupos. Um índice de insatisfação muito superior ao dos grupos de família (4% insatisfeitos), amigos (3% insatisfeitos) ou mesmo profissionais (13% insatisfeitos).
O estudo apontou que mais de metade dos pais de alunos presentes num grupo escolar de WhatsApp sentem algum tipo de pressão social. Por um lado, para responder às mensagens (56%), por outro, para permanecer no grupo (52%). Cerca de 73% se dizem incomodados com a quantidade de mensagens trocadas e 74% silenciam as notificações. Por fim, mais de 60% dos entrevistados dizem se incomodar quando uma conversa se transforma em uma troca pessoal entre duas pessoas (62%).
Mas, e se adicionássemos um pouco de caridade cristã nesses grupos?
Bom uso de grupos de WhatsApp de pais de alunos
Os resultados podem refletir uma tendência mundial e nos convidam a questionar certas práticas para melhorar o aproveitamento dos grupos de WhatsApp. Por que não confiar no que a Bíblia nos ensina?
Que tal, então, lembrar de alguns ensinamentos bíblicos quando esses grupos te irritarem? Veja alguns deles!
1“UM TEMPO PARA TUDO”
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Ecl 3,1). Lembre-se que há um tempo de troca de mensagens e, portanto, um tempo de silêncio.
2“TARDO PARA FALAR E TARDO PARA SE IRAR”
“Todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar” (Tg 1,19).
Lentidão para falar sugere limitar as mensagens ou, pelo menos, freá-las. Para fazer isso, há várias ideias:
1.) Antes de entrar em contato com os cerca de trinta pais presentes no grupo, verifique se a informação buscada está disponível em outro local (em seus e-mails, no site da escola ou na agenda do seu filho);
2.) Não há necessidade de repetir um pedido, observação ou informação já repassada por outra pessoa do grupo. Confira antes de postar;
3.) Se a conversa não interessar ao grupo, continue-a em mensagens privadas;
4.) Evite enviar memes, piadas, vídeos ou fotos que não sejam relacionadas à escola.
3“NENHUMA PALAVRA MÁ SAIA DA VOSSA BOCA”
“Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem” (Ef 4,29).
Se houver troca de opiniões divergentes no grupo, é bom ter cuidado para se manter correto e respeitoso. A comunicação por mensagens não é das mais fáceis, pois carece de todos os elementos não verbais.
De um modo geral, é bom evitar críticas nos grupos de pais do WhatsApp e, especificamente, aos professores. É sempre mais construtivo encontrá-los diretamente para expressar sua opinião.
Fonte: Aleteia