Os cristãos são chamados a amar seus inimigos, mas como fazer isso?
Não há nada que marque a vida cristã mais do que o amor — amor a Deus, amor ao próximo. Os cristãos não são simplesmente chamados a amar aqueles que achamos fáceis de amar; também somos chamados a amar nossos inimigos.
Inimigos aparecem em nossa vida de maneiras diferentes. Eles podem ser pessoas que nos prejudicam ou perseguem ativamente, mas muitas vezes são apenas pessoas com quem discordamos ou não gostamos – um vizinho narcisista, um sogro intrusivo, um líder político com opiniões opostas, conhecidos nas nas mídias sociais.
É fácil amar as pessoas que gostamos e difícil amar as pessoas que não gostamos. Quando não gostamos de alguém, preferimos ficar longe e até gostaríamos de vê-los falhar, ou pelo menos não vê-los serem recompensados pelo que acreditamos ser um mau comportamento.
Mas um cristão não tem escolha. Se quisermos viver nossa fé autenticamente, devemos encontrar uma maneira de amar aqueles que não gostamos. Como fazemos isso? Podemos começar com algo fundamental.
Lembre-se o que realmente é o amor…
O amor foi definido de maneiras diferentes ao longo do tempo, e existem diferentes tipos de amor, mas uma definição que reflete o significado cristão do amor vem de São Tomás de Aquino: o amor quer o bem do outro.
O amor não é meramente ter bons sentimentos ou desfrutar da companhia de alguém. O amor verdadeiro é querer o que é melhor para a outra pessoa.
Podemos amar pessoas que não gostamos porque podemos desejar o bem delas. Quando queremos e desejamos o que é melhor para elas, estamos amando-as como amamos a nós mesmos e como Deus ama cada um de nós.
Mas não para por aí.
Dê algo de si mesmo
A teologia de Karol Wojtyła (João Paulo II) inspirou-se na definição de amor de Tomás de Aquino, ligando “o querer o bem do outro” a outro dom que deve acompanhar esse desejo – o dom de si mesmo.
Quando o Senhor Jesus pede ao Pai «que todos sejam um…, como nós somos um» (Jo. 17, 21-22), sugere – abrindo perspectivas inacessíveis à razão humana – que dá uma certa analogia entre a união das pessoas divinas entre si e a união dos filhos de Deus na verdade e na caridade. Esta semelhança torna manifesto que o homem, única criatura sobre a terra a ser querida por Deus por si mesma, não se pode encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo.
Gaudium et Spes #24
Querer o bem do outro não é apenas desejar-lhe felicidade em nossa cabeça, mas também estar dispostos a oferecer-lhes algo de nós mesmos. Pode ser um ato de bondade ou paciência, ou assistência prática, mas talvez o mais importante seja a oração.
Reze por quem você não gosta
Jesus nos diz para rezar por nossos inimigos. Se eles vêm na forma de membros da família nos irritando em um determinado dia, ou de estranhos que acreditamos estarem colocando o mundo em perigo de alguma forma – podemos orar por eles.
Reze por aqueles que você não gosta em suas orações diárias, na missa dominical, no seu rosário. Quando você encontrar essas pessoas em sua vida diária, peça a Deus para abençoá-las.
Isso pode ser difícil de fazer, mas à medida que você torna essa prática um hábito, fica mais fácil. E o que pode acontecer é que, eventualmente, essa oração suavizará seu coração em relação àqueles que você acha tão difícil tolerar.
Amar as pessoas que não gostamos é escolher desejar seu bem. Nisso, tornamo-nos testemunhas autênticas do amor de Deus.
Fonte: Aleteia