Francisco Vêneto – publicado em 21/10/20
Pe. Fortea: “O anticatolicismo agressivo se disseminou graças a séries, novelas, filmes, documentários”
Demônio e queima de igrejas têm uma relação que pareceria óbvia. Aliás, para o pe. José Antonio Fortea, é uma relação óbvia e bem real, porque, sendo exorcista, ele conhece bastante do assunto.
Dezenas de incêndios criminosos contra igrejas, de fato, vêm chocando católicos e não católicos em diversas partes do mundo. Os casos desta semana em Santiago do Chile, por exemplo, causaram comoção e indignação internacional.
Por isso, considerando o cenário presente, o exorcista espanhol afirmou sobre um futuro próximo:
“Temo que, infelizmente, vamos viver tempos de perseguição generalizada”.
Semeadores de ódio
O pe. Fortea atualizou o seu blog em 20 de outubro. No artigo que postou nessa data, ele menciona ataques recentes ou frequentes. Por exemplo:
“As imagens das igrejas queimadas no Chile (com a desculpa de reivindicações sociais), os ataques a imagens em templos católicos nos Estados Unidos (com a desculpa do Black Lives Matter), as Femen que sobem aos altares, as pichações de ódio nas paróquias da Espanha…”.
Em seguida, ele afirma que, nos últimos vinte anos, quem semeou este ódio foi “a elite que tinha o domínio dos meios de comunicação“. E comenta:
“O anticatolicismo agressivo existe numa parte da população de muitos países graças a séries, novelas, filmes, documentários”.
A partir desse contexto, segundo ele, o sentimento católico pode levar a medidas políticas:
“Não tenho a menor dúvida de que esta mentalidade passará a fazer parte das demandas de algum partido político em algum país. E que, além disto, essas medidas anticatólicas vão se estender a outras nações, porque o terreno está preparado”.
Demônio e queima de igrejas
Mas qual é, afinal, o papel do demônio neste cenário? O exorcista expõe o seu ponto de vista:
“Alguns culpam o diabo por esses ataques. E eles estão certos, porque o maligno é um semeador de joio. Mas não nos esqueçamos de que ele apenas encoraja, ele apenas tenta. Essa agressividade, porém, é o resultado de uma semente humana. Semearam muito ódio de forma intencional. Os semeadores do ódio estão trabalhando há muito tempo. Há séculos foram os maçons, depois foram os marxistas (…) Nos próximos anos, grupos genericamente chamados de progressistas vão ser cada vez mais audazes nas suas petições aos congressos e tribunais”.
O pe. Fortea complementa que, a seu ver, essa onda varre em especial as democracias em que não há separação nítida entre os três poderes. E finaliza:
“Some-se a isto a política do governo chinês em relação aos cristãos, os martírios em lugares como a Nigéria, a apostasia na Europa… E depois os horrores do Estado Islâmico. O panorama não é esperançador. Se olharmos as nuvens no céu e a direção do vento, eu temo que, infelizmente, vamos viver tempos de perseguição generalizada, com todas as aprovações das instituições do Estado”.