Invocar a ajuda de Deus para pôr fim à crise nacional: é o motivo que levou a Conferência Episcopal da Nigéria (CBCN) a convocar “40 dias de oração pela salvação do País”. A iniciativa – lê-se no site da Recowa-Cerao (Conferência Episcopal Regional da África Ocidental) – terá início a 22 de agosto e terminará no dia 30 de setembro, véspera da Festa da Independência.
Cidade do Vaticano
Durante os 40 dias de oração os fiéis são convidados a rezar diariamente, às 12 horas locais, depois da oração do Angelus, um Pai-Nosso, três Ave-Marias e um Glória ao Pai. E no dia 1 de outubro, para celebrar a independência nacional, os prelados nigerianos recomendam a recitação do Rosário, em particular os Mistérios Dolorosos.
A decisão dos Bispos surge do clima de grave insegurança e violência que se respira no País, devido aos atentados perpetrados nos últimos meses por diversos grupos militantes que, entre sequestros e homicídios, têm os cristãos como alvo, ao ponto de se falar de “genocídio” em vários ambientes. Uma situação que a CBCN denuncia e deplora com veemência, pedindo ao governo para que “acabe decididamente com o assassinato de pessoas inocentes”.
Não haverá desenvolvimento construído sobre sangue inocente
“Estamos todos cansados desta situação – escrevem os prelados numa nota – os nossos corações estão a sangrar e nós estamos cada vez mais preocupados com os massacres em curso”. Daí o apelo às autoridades competentes para que garantam que “os autores dos homicídios sejam julgados”, porque “onde não há justiça não pode haver paz e onde não há paz não pode haver desenvolvimento”. Acima de tudo, a CBCN recorda que “nunca haverá desenvolvimento sustentável construído sobre o derramamento de sangue de pessoas inocentes, brutalmente assassinadas por fundamentalistas”.
Perda de vida não promove nenhuma religião ou projecto político
Convidando, em seguida, os líderes políticos a não instrumentalizar tais homicídios, os Bispos nigerianos reiteram: “A perda da vida de qualquer nigeriano não ajuda a promover nenhuma religião ou nenhum projeto político”. Além disso, olhando para as promessas feitas pelo governo actual durante a campanha eleitoral, a Igreja de Abuja exorta o executivo a “erradicar a corrupção, garantir a segurança para a vida e a propriedade privada, fazer crescer a economia, criar empregos e um ambiente favorável ao desenvolvimento do sector privado ”.
Ao mesmo tempo, os prelados destacam que o governo prometeu aos nigerianos “um aumento significativo no fornecimento de eletricidade, uma assistência sanitária de qualidade e a preços acessíveis para todos e a renovação do sector da educação”. “Estas promessas permaneceram uma recordação distante”, escreve a Igreja nigeriana, mas agora devem ser “prioritárias”.
Prosperidade e liberdade para cada nigeriano
E dirigindo também uma oração por todas as pessoas afectadas pelos ataques, os prelados dizem que estão confiantes em Deus para fazer “o que é humanamente possível para assegurar a prosperidade e a liberdade para cada nigeriano”. “Devemos ser instrumentos de perdão e reconciliação – conclui a CBCN – devemos caminhar na via da justiça e da paz para todos no País. Que Deus nos dê coragem para trabalharmos para isso e que abençoe a Nigéria.
Fonte: Vatican News