“Consolar e servir são dois aspectos fundamentais do amor que Jesus nos deu, nos confiou como missão e nos indicou como único caminho para a alegria completa”, disse Francisco à Comunidade Católica reunida na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo. “O nosso encontro coincide com um importante Jubileu Mariano, com o qual a Igreja luxemburguesa comemora quatro séculos de devoção a Maria, Consoladora dos Aflitos e Padroeira do País”, sublinhou ainda o Papa.
O Papa Francisco encontrou-se com a Comunidade Católica na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo, nesta quinta-feira (26/09), no âmbito de sua 46ª Viagem Apostólica Internacional.
O Pontífice iniciou o seu discurso, manifestando alegria por estar ali “nesta magnífica Catedral”. A seguir, agradeceu a presença do Grão-Duque e sua família, as palavras do arcebispo de Luxemburgo, cardeal Jean-Claude Hollerich, e os testemunhos de Diogo, Christine e irmã Maria Perpétua.
O nosso encontro coincide com um importante Jubileu Mariano, com o qual a Igreja luxemburguesa comemora quatro séculos de devoção a Maria, Consoladora dos Aflitos e Padroeira do País. Este título condiz bem com o tema que escolhestes para esta visita: “Para servir”.
Segundo Francisco, “consolar e servir são dois aspectos fundamentais do amor que Jesus nos deu, nos confiou como missão e nos indicou como único caminho para a alegria completa”.
Neste tempo em que a Igreja em Luxemburgo celebra o Ano Mariano, o Papa convidou a pedir a Maria, para que nos ajude a ser “missionários prontos a testemunhar a alegria do Evangelho”, conformando o nosso coração ao seu “para nos colocarmos ao serviço dos irmãos”. A seguir, refletiu sobre estas três palavras: serviço, missão e alegria.
A propósito do serviço, o Pontífice recomendou “um aspecto hoje muito premente: o acolhimento“. “Neste campo, o vosso País tem e mantém viva uma tradição secular. Sim, o espírito do Evangelho é um espírito de acolhimento, de abertura a todos, e não admite nenhum tipo de exclusão”, sublinhou. “Encorajo-vos, portanto, a permanecer fiéis a esta herança, continuando a fazer do vosso País uma casa amiga para quem quer que bata à vossa porta em busca de ajuda e hospitalidade”, acrescentou.
Trata-se de um dever de justiça antes ainda do dever de caridade, como já dizia São João Paulo II ao recordar as raízes cristãs da cultura europeia. Ele encorajava precisamente os jovens luxemburgueses a traçar caminho para «uma Europa não só das mercadorias e dos bens, mas dos valores, dos homens e dos corações», na qual o Evangelho fosse partilhado «na palavra do anúncio e nos sinais do amor». Sublinho isto: uma Europa, e um mundo, em que o Evangelho seja transmitido através da palavra do anúncio unida aos sinais do amor.
A seguir, o Pontífice passou à segunda palavra: a missão. “Numa sociedade secularizada, a Igreja evolui, amadurece, cresce. Não se fecha em si mesma, triste, resignada, ressentida; antes pelo contrário, fiel aos valores de sempre, aceita o desafio de redescobrir e reavaliar de um modo novo os caminhos de evangelização, passando cada vez mais de uma simples lógica de cura pastoral a um anúncio missionário”, disse ainda o Papa, ressaltando a importância de caminhar juntos “enquanto Comunidade que anuncia e faz da sinodalidade um “modo duradouro de relacionamento” entre os seus membros”.
Falando sobre as nossas responsabilidades para com a “casa comum”, o Papa recordou que “somos guardiães” dela “e não déspotas”. Segundo o Papa, “o que nos impele à missão não é a necessidade de “fazer número”, de “fazer proselitismo”, mas o desejo de dar a conhecer a alegria do encontro com Cristo ao maior número possível de irmãos e irmãs”.
Eis então, para além das dificuldades, o dinamismo vivo do Espírito Santo que atua em nós! O amor impele-nos a anunciar o Evangelho abrindo-nos aos outros; e o desafio do anúncio faz-nos crescer enquanto comunidade, na medida em que nos ajuda a superar o medo de arriscar novos caminhos e nos leva a acolher com gratidão a contribuição de todos. É uma dinâmica bela, saudável, alegre, que nos fará bem cultivar dentro de nós e ao nosso redor.
A propósito da última palavra: a alegria, Francisco recordou a experiência da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, ressaltando que a nossa fé “é alegre, “dançante”, porque diz que somos filhos de um Deus amigo do homem, que nos quer felizes e unidos, e que se alegra sobretudo com a nossa salvação”.
O Papa recordou “a procissão da primavera, Springprozession“, uma bela tradição de Luxemburgo “que tem lugar em Pentecostes, em Echternach, em memória do incansável trabalho missionário de São Vilibrordo, evangelizador destas terras”. A cidade se une nas ruas e praças para dançar, junto com os peregrinos e visitantes, e a procissão se transforma-se numa grande e única dança rumo à Catedral, “testemunhando com entusiasmo, em memória do santo Pastor, como é belo caminhar juntos e descobrirmo-nos todos como irmãos em torno da mesa do nosso Senhor”. “Queridas irmãs, queridos irmãos, consolar e servir, a exemplo e com a ajuda de Maria, é a linda missão que o Senhor nos confia”, concluiu.
Fonte: Vatican News