No Angelus de hoje (17), papa Francisco disse que, quando perdoamos um irmão ou uma irmã, imitamos a Deus que “perdoa incalculavelmente”, “excedendo qualquer medida”.
Na Praça de São Pedro, o papa abordou o tema do perdão. O Evangelho do dia, baseado em Mateus 18,21-35, narra um diálogo entre Pedro e Jesus que gira em torno de quantas vezes devemos perdoar quem nos tenha ofendido.
O perdão, enfatizou o papa Francisco, é essencial para a paz e a cura na sociedade.
“Fora do perdão, de fato, não há esperança; Fora do perdão não há paz. O perdão é o oxigênio que purifica o ar poluído pelo ódio. É o antídoto que cura os venenos do ressentimento, é o caminho para acalmar a raiva e curar tantas doenças cardíacas que contaminam a sociedade”, afirmou Francisco da janela do Palácio Apostólico do Vaticano diante dos milhares de fiéis e peregrinos reunidos para a recitação do Angelus.
O perdão é uma condição para ser cristão.
O papa ressaltou a importância do perdão na vida dos cristãos, e afirmou que perdoar não é simplesmente uma boa ação opcional, mas uma condição para seguir o caminho de Cristo. E convidou-nos a imitar o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura.
“A mensagem de Jesus é clara”: Deus “age por amor e gratuidade. Não podemos retribuir, mas quando perdoamos o nosso irmão ou irmã, imitamo-lo. Perdoar não é, portanto, uma boa ação que possa ser realizada ou não: é uma condição fundamental para quem é cristão.
Cada um de nós, explicou papa Francisco, é beneficiário do perdão divino, de fato, é um “perdoado” ou uma “perdoada”, porque Deus nos deu a vida e nos perdoa sempre.
“Deus deu a sua vida por nós e de forma alguma podemos retribuir a sua misericórdia, que Ele nunca retira do coração. Mas, retribuindo a sua gratuidade, ou seja, perdoando-nos uns aos outros, podemos testemunhá-la, semeando vida nova à nossa volta”, afirmou o papa.
Exercício prático para aprender a perdoar
A este respeito, como exercício prático, papa Francisco convidou os fiéis a pensarem em uma pessoa que os magoou e pedir ao Senhor força para perdoá-los, destacando que o perdão em nome do amor do Senhor restaura a paz no mundo e no coração.
Creio ter recebido de Deus o dom de um perdão imenso? Sinto a alegria de saber que Ele está sempre pronto para me perdoar quando eu caio, também quando os outros não o fazem, também quando não consigo nem me perdoar? E sei perdoar quem me magoou?”, questionou Francisco.
Papa Francisco concluiu sua reflexão invocando a intercessão de Maria, a Mãe da Misericórdia, para que nos ajude a aceitar a graça de Deus e a perdoarmo-nos uns aos outros num espírito de amor e reconciliação.
O Evangelho
No seu tradicional Angelus dominical, Francisco comentou o Evangelho de Mateus 18,21-35. Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar as ofensas do meu irmão contra mim? Até sete vezes?” (v. 21).
“Sete, na Bíblia, é um número que indica plenitude e, por isso, Pedro é muito generoso nas suposições de sua pergunta. Mas Jesus vai além e lhe responde: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Em outras palavras, Ele lhe diz que, quando se perdoa, não se calcula, que é bom perdoar tudo e sempre! Assim como Deus faz conosco, e como é chamado a fazer quem administra o perdão de Deus: perdoar sempre”.
Fonte: ACI Digital