Metodologia Catequética
Todos os dias, ao acordar, nos propomos realizar muitas atividades. Estas sempre supõem objetivos claros para poder alcançar o que desejamos. Ao levantar da cama passa pela nossa cabeça um verdadeiro filme de tantas coisas que necessitamos fazer. Destas tantas coisas, muitas delas fazemos por rotina, ou ainda com muita pressa sem pensar.
Com a educação da fé precisamos levar a sério o que fazemos pois, estamos lidando com pessoas. Lidar com a pessoa humana exige atenção, acolhida, sentir seus problemas, conhece-las nas suas atitudes, expectativas, sonhos, emoções, sentimentos…
Para entender o que pretendemos fazer, precisamos nos propor objetivos claros, para uma prática de um novo jeito de trabalhar. O jeito, a maneira nos remete a um método a ser assumido. Não existe prática sem um método, pois ele é o fio condutor, o processo que vai estabelecer todo o andamento da catequese.
Vejamos um exemplo: O que vamos fazer? Um bolo. Como que objetivo? Receber uma visita. Para quê? Para comer um lanche com as visitas. Como vamos fazer? Será o jeito que iremos fazer este bolo. Vamos fazer grande, pequeno, com cobertura… Para isto necessitamos de meios: dos ingredientes, tigelas, forma, fogão…
Vejamos isto na catequese:
– (O que? ) O que vamos fazer? Um encontro de catequese sobre o seguimento de Jesus.
– (Por que?) Com que objetivo? Assumir o discipulado de Jesus. (Para quê?) Para sermos fieis a Jesus Cristo e no seu seguimento.
– (Como?) Como vamos fazer este encontro? Com escuta, diálogo, convivência alegre, reflexão da Palavra de Deus, oração, assumindo compromissos.
– Com que meios? Bíblia, dinâmica, uso do manual, visita e oração ao sacrário, leitura e reflexão de um texto bíblico, trabalho em grupo.
O que levar em conta no processo catequético?
Método é a prática de estratégias no processo de desenvolver um encontro. Precisamos levar em conta um antes, isto é, uma preparação adequada de um encontro; um durante, a execução do encontro; e um depois, a prática a ser assumida, a partir da realização ativa, experiência grupal e individual de sentimentos (alegrias, tristezas, paz, inimizade…) e pequenas vivências de fé ligadas à vida (de perdão, partilha, dor, doença, perda, de humilhação, de aceitação sentindo a presença de Deus).
A partir do que vimos acima, precisamos ainda levar em conta, sempre que desenvolvemos um encontro de catequese:
– As pessoas que nos foram confiadas. (crianças, adolescentes, jovens, adultos, pais, idosos). Elas são a finalidade do crescimento da fé e da vida.
– A realidade onde desenvolvemos a catequese. Onde nos situamos? (cidade, periferia, centro, área rural…)
– A comunidade eclesial que pertencemos. É o lugar da acolhida e da vida fraterna. É o espaço do testemunho, da celebração e vivência da fé. A comunidade cristã é lugar por excelência de catequese.
– A experiência de fé. A fé precisa ser comunicada a partir da experiência da vida, por isso, a experiência do catequista é vital na comunicação da fé. O mistério é experimentado através de sinais e símbolos que manifestam o invisível no visível. Ex: A luz de uma vela acesa, através da fé, nos traz presente que Jesus é a luz e que não nos deixa nas trevas.
– A linguagem precisa ser adaptada, conforme a idade, a cultura e o ambiente em que vivem os interlocutores. A catequese precisa ser criativa para fazer entender a Mensagem, utilizando meios apropriados que o mundo moderno coloca nas mãos dos catequizandos.
– Comunicação humana (palavras, gestos, sons) e instrumental (mídias) tem uma validade extraordinária para o desenvolvimento da fé. Mas precisamos pensar na validade da frase de Paulo VI: “A pessoa no mundo moderno escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, e se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas” (EM 41).
– O Conteúdo é básico para o entendimento e conhecimento da Mensagem. O conteúdo é fundamentalmente o caminho do seguimento de Jesus. Isto passa pela Palavra de Deus, pela liturgia, pelo entendimento das verdades apresentadas no Catecismo da Igreja Católica, pelas ciências humanas e também saber argumentar e atuar sobre a realidade de hoje.
Ir. Marlene Bertoldi
Coordenadora da Comissão Bíblico-Catequética do Regional Sul 4