Quando falamos sobre a vocação sacerdotal ou religiosa na Igreja Católica, ou seja, aquelas pessoas que responderam positivamente ao chamado de Deus a serem padres ou consagrados, logo são vistos como pessoas que estão impossibilitadas de constituírem uma família. Muitos, popularmente e no cotidiano se expressam dizendo: “padre não pode casar!”.
Geralmente, é desta forma que a maioria das pessoas vê a questão do celibato na Igreja Católica. Porém, a opção de se viver uma vida celibatária tem um significado mais profundo do que se é compreendido comumente.
O celibato na Igreja, significa, então, uma opção livre de viver com o coração indiviso, é um ato de total entrega de si a Deus e ao seu Reino; aceito, como nos diz o Catecismo (CIC 2349), de coração alegre, de modo que anuncie e irradie o Reino de Deus. Esta é a primeira razão da vivencia do celibato: ter um coração indiviso e totalmente voltado a Deus e ao seu Reino. Inclusive as Sagradas Escrituras nos apontam esta possibilidade de vida quando diz: “A castidade ‘por causa do reino dos céus’” (Mt 19,12).
Uma segunda razão de se viver o celibato é a busca de uma experiência de profunda intimidade com Deus. É uma vida que celebra de modo inseparável o amor divino e o amor humano. Portanto, é um relacionamento de profunda amorosidade entre Deus e seus consagrados.
Em um terceiro momento, o celibato permite que aqueles que o vivenciam estejam totalmente disponíveis e livres para agirem de forma apostólica, ou seja, completamente dispostos ao serviço do Reino de Deus e de sua Igreja na vida prática do dia a dia.
O celibato nos aponta para a nova vida em Cristo, para os novos tempos; é uma vivência profética que remete para a realidade do futuro na qual, no Reino dos Céus, não haverá casamento, onde todos estarão unidos a Deus e voltados somente a Ele.
Por fim, percebemos que o celibato traz verdades profundas para a vida da Igreja. Nos aponta bonitas realidades vividas por aqueles que fazem essa opção, fatos estes que nos apontam um amor indiviso para com Deus, de total liberdade e disponibilidade para o seu Reino, nos remetendo ao futuro, onde, no Reino dos céus, seremos todos iguais tendo como centro único de nossas vidas a pessoa de Deus.
Fonte: A12