A tradição apostólica nos ensina que em tempos difíceis de estarmos reunidos para celebrar nossa fé e nos alimentarmos da Palavra de Deus, temos que encontrar meios para permanecermos juntos. Por isso, os apóstolos quando estavam impossibilitados de reunir com a comunidade enviava cartas, mensagens e até pessoas quando era possível, para continuar anunciando o Evangelho e cuidar das comunidades: “Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança, encontrava-me prisioneiro da ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus. No dia do Senhor, fui arrebatado pelo Espírito Santo… o anjo do Senhor me disse: escreve ás sete igrejas de Éfeso” (Ap 1, 9; 2,1). Em suas casas, determinavam lugares e dias para rezar e permanecer em comunhão: “Tendo entrado na cidade, subiram à sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro, e João. Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu e Simão o Zelota; Judas e Tiago. Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus”( At 112-14).
O apóstolo Paulo, quando estava distante, escrevia cartas para orientar as comunidades cristãs que fundou. Era uma forma de se fazer próximo com os meios disponíveis na época: “Não precisamos vos escrever sobre o amor fraterno, pois aprendestes pessoalmente de Deus a amar-vos mutuamente, e é o que fazeis muito bem para com todos os irmãos em todos a Macedônia. Nós, porém vos exortamos irmãos, a progredir cada vez mais” (1 Ts 4,10). Portanto, fiéis aos ensinamentos dos apóstolos, queremos encontrar meios para manter nossas pequenas comunidades catequéticas unidas em oração, na caridade e na escuta da Palavra de Deus nesse momento de isolamento por causa da pandemia.
A situação de isolamento nos desafia a encontramos novas maneiras de alimentar nossa fé, permanecendo unidos. Podemos por exemplo
– Manter nosso contato pelas redes sociais, para rezar, orientar, cuidar-nos mutuamente;
– Determinar um horário em comum, no qual todos ao mesmo tempo, mesmo não estando juntos fisicamente, faz a mesma oração, com as mesmas intenções.
– pedir que cada catequizando tenha em sua casa o seu cantinho de oração, onde se reunirá com os outros no dia e hora combinados para rezar. O cantinho de oração ajuda a entrar em clima de oração, podendo acender uma vela, colocar uma imagem, o livro da catequese, qualquer outro sinal, como a bíblia, para aquele que tem a possibilidade.
– Enviar pequenas orações, ou Pai Nosso e Ave Maria, trechos bíblicos, vídeos se tiver.
– Orientar os catequizandos para pequenas tarefas, seja com ações, ou enviando feedback para o catequista.
– A oração e a catequese, quando possível, pode ser ainda mais enriquecida envolvendo todos os membros da família, pois nestes tempos difíceis a Igreja orienta para a a Igreja Domestica permaneça unida.
O importante é estar unidos no mesmo dia e hora na mesma intensão. Insistir que devemos permanecer unidos na fé e na fraternidade, como faziam os primeiros cristãos quando por algum motivo, não podiam estar reunidos fisicamente. Jesus nos pede que sempre devemos cuidar uns dos outros no seu amor. Vamos nos fazer próximos daqueles que o Senhor nos confia, no anúncio de sua Palavra e no amor fraterno.
Pe. Jânison de Sá Santos e Ir. Izabel Patuzzo