Papa às religiosas: a pobreza é a âncora da vida consagrada

Papa Francisco. Créditos: Pixabay

Na manhã desta segunda-feira (13), Francisco recebeu as Irmãs Educadoras de Notre Dame no Vaticano. O Papa destacou o exemplo de fidelidade deixado pela fundadora do instituto e encorajou as religiosas “a continuar a ser testemunhas corajosas da solidariedade evangélica, em um momento em que muitos experimentam fragmentação e desunião”.

As Irmãs Educadoras de Notre Dame (School Sisters of Notre Dame) estão reunidas em Roma por ocasião do 25º Capítulo Geral. Nesta segunda-feira, 13 de novembro, as religiosas foram recebidas no Vaticano pelo Papa Francisco. 

Ao saudá-las, o Pontífice recordou o legado da fundadora da Congregação, a Bem-aventurada Teresa de Jesus Gerhardinger, cujo aniversário de beatificação será celebrado em 17 de novembro, o último dia do Capítulo. 

Educação, serviço e espiritualidade

O Papa disse que a “vida da Bem-aventurada Teresa foi um testemunho de fé transformadora, de coragem para criar novos caminhos e dedicação à educação dos jovens. Sua pedagogia foi pensada para ser integral: junto com a instrução intelectual, ela também incluía o cuidado com o espírito e a formação de pessoas compassivas, responsáveis e centradas em Cristo, ou seja, a formação do coração, para ter compaixão”.

“Inspiradas na Beata Teresa de Jesus Gerhardinger”, sublinhou Francisco, “vocês continuaram por esses três caminhos de educação, serviço e espiritualidade”. Outro aspecto que, segundo o Pontífice, é muito importante na vida consagrada é o da pobreza:

“Sem a verdadeira pobreza, não há vida religiosa. A pobreza é a âncora da vida consagrada. E não é apenas uma virtude, não: é a guardiã. Não se esqueçam disso. Esse firme fundamento permitiu que as Irmãs Educadoras de Notre Dame saíssem pelo mundo e testemunhassem o Evangelho, tornando Cristo visível por meio da presença de vocês, cheias de fé, esperança e caridade.”

O importante testemunho das mulheres consagradas

O Santo Padre ressaltou que “como mulheres que professam os conselhos evangélicos, as irmãs são pioneiras em abraçar a dimensão profética da vida consagrada, que “constitui um memorial vivo do modo de Jesus existir e agir como o Verbo Encarnado diante do Pai e diante de seus irmãos e irmãs” (Exortação Apostólica Vita consecrata, 22). E vossa dedicação é um sinal não apenas do dom que fizeram de si mesmas ao Senhor, mas também de vossa prontidão para servir, e servir Nele, a todos os nossos irmãos e irmãs. 

“Ao refletirem agora sobre novos caminhos para a sua Congregação” exortou o Papa, permaneçam sempre enraizadas no sólido alicerce estabelecido pela fundadora, eu vos encorajo a continuar a ser testemunhas corajosas da solidariedade evangélica, em um momento em que muitos experimentam fragmentação e desunião”.

Escuta: uma virtude que deve ser cultivada

Francisco fez questão de enfatizar outro ponto, segundo ele, muito importante, a escuta: “Gostamos de falar o tempo todo, com todo mundo. E não apenas as mulheres, mas todo mundo. Porém é muito difícil aprender a ouvir. O Senhor fala conosco através dos outros também. Ouvir os outros, e não enquanto o outro está falando, pensar: “O que vou responder?”. Não, não. Ouvir, chegar ao coração e depois, se sentir vontade de responder, respondo. Mas a escuta é precisamente uma virtude que devemos cultivar em nossas comunidades, na vida consagrada. Ouvir o Senhor, mas ouvir nossos irmãos e irmãs. Isso é muito importante”. 

Ao concluir, o Papa expressou sua alegria por receber as religiosas, e desejou às irmãs um bom êxito na conclusão do Capítulo Geral: 

“Que o Espírito Santo lhes conceda seus dons em abundância, de modo que as deliberações e decisões do Capítulo possam dar muitos frutos na vida de vossa comunidade. E darão frutos se vocês souberem ouvir. Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, vos proteja, vos ajude e vos conduza no caminho”.

Fonte: Vatican News

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