Papa Francisco insiste: nada de tarifas para missas ou sacramentos

Novo documento do Vaticano lembra que não há “imposto sobre sacramentos”

O Papa Francisco insiste na gratuidade dos sacramentos e das missas, de modo que não exista tarifário, nem “preço a pagar” ou “taxa a exigir”. É o que esclarece a Instrução do Dicastério para o Clero, autorizada por Bergoglio: “A conversão pastoral da comunidade paroquial a serviço da missão evangelizadora da Igreja”, publicada em 20 de julho de 2020.

No texto do Vaticano que redefine o papel e a configuração das paróquias, afirma-se que as ofertas não são como impostos a serem cobrados, mas um ato livre dos fiéis.

Não existe “preço a pagar”

O documento afirma que o dinheiro dado para a celebração da Missa é uma oferta que deve ser “um ato livre da parte do ofertante, deixando a sua consciência e ao seu senso de responsabilidade eclesial, não um “preço a pagar” ou uma “taxa a exigir”.

Por nenhuma razão a Igreja exige um “imposto sobre sacramentos”. E assegura: “com a oferta para a Santa Missa, «os fiéis contribuem para o bem da Igreja e participam da sua solicitude para com o sustento dos ministros e das obras».

Contribuição voluntária

Trata-se portanto de uma contribuição voluntária dos fiéis. Assim, o documento afirma que é “importante a obra de sensibilização dos fiéis, para que contribuam livremente às necessidades da paróquia, que são ‘coisa sua’ e da qual é bom que aprendam espontaneamente a ter cuidado, em especial modo, naqueles Países onde a oferta da Santa Missa é ainda a única fonte de sustento para os sacerdotes e também de recursos para a evangelização”.

Sacerdotes deem bom exemplo no uso do dinheiro

Por outro lado, também é necessário que padres e bispos deem exemplos “virtuosos” no uso do dinheiro, tanto com um estilo de vida sóbrio e sem excessos em nível pessoal, quanto com a administração dos bens paroquiais de forma transparente e de acordo com as reais necessidades dos fiéis, especialmente os mais pobres e necessitados.

O número 121 do documento diz: “Em todo caso, «da oferta das Missas deve ser absolutamente obrigada a afastar também a aparência de contratação ou de comércio», levando em consideração que «é vivamente recomendado aos sacerdotes de celebrar a Missa pela intenção dos fiéis, sobretudo dos mais pobres, também sem receber alguma oferta»”.

“Entre os instrumentos que podem consentir a realização de tal fim, pode-se pensar o recolhimento das ofertas em modo anônimo, assim que cada um se sinta livre de doar aquilo que pode, ou que considera justo, sem sentir-se no dever de corresponder ao que se espera ou um preço.” (n. 121)

Deus sempre nos convida, não nos faz pagar a entrada

“Gratuidade nos sacramentos” – pediu o Papa em várias ocasiões. “O jantar, a festa, é a figura do céu, da eternidade com o Senhor”, explicou Francisco na Capela Santa Marta (5 de novembro de 2019). Numa festa, “você nunca sabe quem vai encontrar, se vai conhecer novas pessoas ou se vai encontrar pessoas que não gostaria de ver, mas a atmosfera da festa é de alegria e liberdade”.

Porque uma verdadeira festa deve ser livre: «E nisso nosso Deus sempre nos convida assim, não nos faz pagar a entrada. Nas festas verdadeiras, a entrada não é paga: o proprietário paga, quem convida paga”.

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