O papa Francisco se tornará em janeiro do ano que vem o primeiro papa em exercício a publicar um livro de memórias autobiográfico, com o título “Esperança”.
A editora de livros americana Random House Publishing anunciou ontem (16) o lançamento global do livro de memórias. O plano original, segundo a editora, era lançar o livro de memórias depois de Francisco morrer. No entanto, o papa decidiu publicá-lo em vista do Jubileu da Esperança 2025.
Um ano jubilar acontece a cada 25 anos na Igreja — embora o papa possa declará-los com mais frequência — e é um ano de graça especial e peregrinação para os fiéis.
O livro de memórias, no qual o papa começou a trabalhar em março de 2019, estará disponível em mais de 80 países em 14 de janeiro do ano que vem.
“O livro da minha vida é a história de uma jornada de esperança, uma jornada que não posso separar da jornada da minha família, do meu povo, de todo o povo de Deus. Em cada página, em cada passagem, é também o livro daqueles que viajaram comigo, daqueles que vieram antes, daqueles que virão depois”, disse o papa Francisco em um comunicado à imprensa da Random House.
“Uma autobiografia não é nossa própria história privada, mas sim a bagagem que carregamos conosco”, diz o papa. “E a memória não é apenas o que recordamos, mas o que nos cerca. Ela não fala apenas sobre o que foi, mas sobre o que será. Parece ontem, e ainda assim é amanhã. Tudo nasce para florescer em uma eterna primavera. No final, diremos apenas: ‘Não me lembro de nada em que o Senhor não esteja lá’”.
O anúncio do livro de memórias vem depois que o último livro de Francisco, “Vida: A minha história através da História”, foi publicado em março deste ano. No livro, o papa falou sobre sua experiência de grandes eventos históricos, como o golpe de estado da Argentina em 1976, o conclave que o elegeu papa em 2013 e a pandemia da covid-19.
“Esperança”, segundo a Random House, dá uma perspectiva única do papa e contém “uma riqueza de revelações e histórias inéditas” nas quais sua própria vida é o foco principal.
Escrito em conjunto com Carlo Musso, fundador da editora italiana independente Libreria Pienogiorno, o livro de memórias começa com a história da família de Francisco e sua migração da Itália para a América Latina. Em seguida, o livro fala da infância, vida adulta, história vocacional e todo o seu papado de Francisco até os dias atuais.
Como o vice-presidente e diretor editorial da EWTN, Matthew Bunson, comentou no início do ano, depois de várias entrevistas de alto nível do papa e o lançamento de “Vida”, que a presença de Francisco na mídia não é única; sua “aceitação deliberada e agressiva de entrevistas para televisão, rádio, jornais e revistas” e sua ânsia de se comunicar em seu próprio nome são.
“Francisco forjou seu próprio caminho na comunicação e na governança”, escreveu Bunson em um artigo de opinião de 20 de maio no jornal National Catholic Register, da EWTN News.
“Ele está tentando moldar como o mundo o percebe, como suas reformas são recebidas e implementadas, e quão permanente será seu programa para a Igreja.”
“Ele, sem dúvida, está em continuidade com os papas modernos em sua adoção da mídia”, diz Bunson, “mas ele não tem precedentes na forma como faz isso”.
Fonte: ACI Digital