O papa Francisco está preocupado com o uso de sobrepelizes rendadas e barretes por padres da Sícilia, um sinal, para ele, de pouca implementação das decisões do Concílio Vaticano II. “Falo claramente: caríssimos, ainda a sobrepeliz, o barrete…, mas onde estamos? Sessenta anos depois do Concílio! Um pouco de atualização inclusive na arte litúrgica, na ‘moda’ litúrgica”, disse o papa Francisco hoje (9) ao receber bispos e padres da Sicília no Vaticano.
“Eu não gostaria de terminar sem mencionar algo que me preocupa, que me preocupa muito. Eu me pergunto: como vai a reforma começada pelo Concílio? Como vai entre vocês? A piedade popular é uma grande riqueza e devemos preservá-la, acompanhá-la para que não se perca. Também devemos educá-la. A este respeito, leiam o número 48 da Evangelii nuntiandi, que tem plena vigência o que são Paulo VI nos disse sobre a piedade popular: libertá-la de todo gesto supersticioso e pegar a substância que tem dentro”, disse o papa.
“Sim, tudo bem às vezes trazer um pouco da renda da avó. É para homenagear a avó, não é? Vocês entenderam tudo, não é mesmo? É bom homenagear a avó, mas é melhor celebrar a mãe, a santa mãe Igreja, e como a mãe Igreja quer ser celebrada. E que a insularidade não impeça a verdadeira reforma litúrgica que o Concílio propôs. E não permaneçam imóveis”.
O papa também sugeriu que os padres prestassem atenção ao pregar homilias porque “as pessoas querem substância. Um pensamento, um sentimento e uma imagem, e elas carregam isso durante toda a semana”.
“Não sei como os padres sicilianos pregam, se pregam como sugerido na Evangelii gaudium ou se pregam de tal forma que as pessoas saem para fumar um cigarro e depois voltam…. Esses sermões no qual falam de tudo e de nada. Tenham em mente que após oito minutos a atenção diminui, e as pessoas querem substância. Um pensamento, um sentimento e uma imagem, e elas carregam isso durante toda a semana”, concluiu o papa.
Fonte: ACI Digital