Qual era o papel de Maria entre os apóstolos?

Nossa Senhora de Fátima. Foto: David Ramos / ACI Prensa

Altamente considerada pelos apóstolos, ela contribuía com tudo o que podia para a Igreja primitiva

ASantíssima Virgem Maria, sendo mãe do Messias, Jesus Cristo, desempenhou um papel decisivo nos eventos que mudariam o mundo. Ela O deu à luz, O criou e esteve com Ele ao pé da cruz. Após a morte e ressurreição de Jesus, porém, o Novo Testamento pouco registra sobre as atividades de Maria. Como ela se envolveu nos primeiros dias da Igreja? Como ela participou da missão confiada por Jesus aos apóstolos de evangelizar o mundo?

O Novo Testamento nos dá algumas pistas sobre o papel de Maria entre os apóstolos.

Antes de tudo, Jesus confiou sua mãe ao apóstolo São João, o discípulo amado. Predomina o consenso de que, à época da Paixão, São José já havia falecido, deixando Jesus como o principal responsável pelos cuidados de Maria. Por sua vez, quando estava prestes a morrer crucificado, Jesus designou João para cuidar dela:

Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe (João 19,26-27).

Considera-se que, inicialmente, João cuidou de Maria em Jerusalém, conforme é mencionado no livro dos Atos dos Apóstolos:

Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oli­veiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado. Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele (Atos 1,12-14).

Percebe-se que Maria estava claramente presente entre os apóstolos nos primeiros dias da Igreja, unida a eles em oração. Sua presença provavelmente muito serena ajudou a encorajar os apóstolos na missão.

São Lucas narra que, ao cumprir-se o tempo de Pentecostes, estavam todos juntos no mesmo lugar quando, de repente, veio do céu um barulho como de um vento forte, que encheu toda a casa em que estavam. Apareceram-lhes então línguas como de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles (cf. Atos 2,1-3). Embora não seja explicitamente mencionado, acredita-se que Maria estava entre os apóstolos no dia de Pentecostes, testemunhando a descida do Espírito Santo sobre todos os presentes.

Depois disso, não são mencionadas no Novo Testamento outras atividades de Maria, de modo que não é conhecido com exatidão o que aconteceu em seguida.

Uma tradição coloca São João Evangelista na cidade de Éfeso, onde muitos acreditam que ele tenha passado a viver junto com Nossa Senhora – também se crê que foi lá que ocorreu a assunção de Maria aos céus. É possível, assim, que a Santíssima Virgem tenha passado o resto da sua vida terrena em oração silenciosa e contemplativa.

Outra tradição afirma que São Lucas teria entrevistado Maria para poder escrever o seu Evangelho. Ele próprio, de fato, afirma que entrevistou pessoas para compor o seu relato, mas não menciona Maria pelo nome (cf. Lucas 1,1-3). No entanto, um indício de que isso pode ter acontecido é que o Evangelho de Lucas é especialmente caracterizado pelas muitas referências a Maria, incluindo histórias que seriam conhecidas somente por ela.

No fim das contas, pouco sabemos sobre o papel de Maria entre os apóstolos, mas temos a certeza de que ela estava lá, e, sendo a mãe do Messias, é altamente provável que tenha tido um lugar privilegiado. Não é sem mérito, afinal, que a Igreja invoca Maria como Rainha dos Apóstolos.

Fonte: Aleteia

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