Altamente considerada pelos apóstolos, ela contribuía com tudo o que podia para a Igreja primitiva
ASantíssima Virgem Maria, sendo mãe do Messias, Jesus Cristo, desempenhou um papel decisivo nos eventos que mudariam o mundo. Ela O deu à luz, O criou e esteve com Ele ao pé da cruz. Após a morte e ressurreição de Jesus, porém, o Novo Testamento pouco registra sobre as atividades de Maria. Como ela se envolveu nos primeiros dias da Igreja? Como ela participou da missão confiada por Jesus aos apóstolos de evangelizar o mundo?
O Novo Testamento nos dá algumas pistas sobre o papel de Maria entre os apóstolos.
Antes de tudo, Jesus confiou sua mãe ao apóstolo São João, o discípulo amado. Predomina o consenso de que, à época da Paixão, São José já havia falecido, deixando Jesus como o principal responsável pelos cuidados de Maria. Por sua vez, quando estava prestes a morrer crucificado, Jesus designou João para cuidar dela:
Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe (João 19,26-27).
Considera-se que, inicialmente, João cuidou de Maria em Jerusalém, conforme é mencionado no livro dos Atos dos Apóstolos:
Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado. Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele (Atos 1,12-14).
Percebe-se que Maria estava claramente presente entre os apóstolos nos primeiros dias da Igreja, unida a eles em oração. Sua presença provavelmente muito serena ajudou a encorajar os apóstolos na missão.
São Lucas narra que, ao cumprir-se o tempo de Pentecostes, estavam todos juntos no mesmo lugar quando, de repente, veio do céu um barulho como de um vento forte, que encheu toda a casa em que estavam. Apareceram-lhes então línguas como de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles (cf. Atos 2,1-3). Embora não seja explicitamente mencionado, acredita-se que Maria estava entre os apóstolos no dia de Pentecostes, testemunhando a descida do Espírito Santo sobre todos os presentes.
Depois disso, não são mencionadas no Novo Testamento outras atividades de Maria, de modo que não é conhecido com exatidão o que aconteceu em seguida.
Uma tradição coloca São João Evangelista na cidade de Éfeso, onde muitos acreditam que ele tenha passado a viver junto com Nossa Senhora – também se crê que foi lá que ocorreu a assunção de Maria aos céus. É possível, assim, que a Santíssima Virgem tenha passado o resto da sua vida terrena em oração silenciosa e contemplativa.
Outra tradição afirma que São Lucas teria entrevistado Maria para poder escrever o seu Evangelho. Ele próprio, de fato, afirma que entrevistou pessoas para compor o seu relato, mas não menciona Maria pelo nome (cf. Lucas 1,1-3). No entanto, um indício de que isso pode ter acontecido é que o Evangelho de Lucas é especialmente caracterizado pelas muitas referências a Maria, incluindo histórias que seriam conhecidas somente por ela.
No fim das contas, pouco sabemos sobre o papel de Maria entre os apóstolos, mas temos a certeza de que ela estava lá, e, sendo a mãe do Messias, é altamente provável que tenha tido um lugar privilegiado. Não é sem mérito, afinal, que a Igreja invoca Maria como Rainha dos Apóstolos.
Fonte: Aleteia