Dependência patológica do aparelho é chamada nomofobia
Na virada de 1999 para o ano 2000, houve muita expectativa com relação ao chamado Bug do Milênio, quando temia-se que a internet cairia no mundo todo, o que não aconteceu.
Nesta segunda (4), a esfera virtual viveu fenômeno semelhante, quando as redes sociais e aplicativos do grupo Facebook – o que inclui WhatsApp, Instagram e Messenger – ficaram fora do ar ao longo de sete horas, vindo a ser regularizados apenas no período da noite.
O assunto rapidamente tornou-se trending topic no Twitter, uma das poucas redes sociais que permaneceu em atividade durante o apagão que continua sem explicação. Palavras como “ansiedade” e “surtando” estiveram entre as mais buscadas no Twitter e no Tik&Tok.
Quando os serviços voltaram ao normal, foram comuns relatos de pessoas que se sentiram mais livres e produtivas sem acesso a esses dispositivos, e de outras que ficaram aflitas com medo de perder oportunidades de trabalho ou interações interpessoais.
Tamanho alarde em torno de algumas horas sem acesso a redes sociais em plena segunda-feira demonstra o quão dependente o mundo contemporâneo é desses serviços. Mais do que isso, expõe um dos grande problemas do nosso tempo: a nomofobia, palavra dada ao pavor de ficar sem acesso ao celular (“no mobile phobia”, em inglês).
DESATENÇÃO E ANSIEDADE
O excesso de tempo online fragmenta nossa atenção e altera nossa percepção de tempo. São comuns relatos de pessoas que nem sentem as horas passarem quando demasiadamente expostas às redes sociais.
E se, mesmo sem estar aguardando notícias ou contatos importantes por meio dessas plataformas, você sente ansiedade quando cai a internet, quando fica sem sinal ou quando acaba a bateria do aparelho, talvez você esteja sofrendo de nomofobia.
Esses são alguns dos critérios para identificar o transtorno, de acordo com o livro “Nomofobia – Dependência do Computador, Internet, Redes Sociais? Dependência do Telefone Celular?”, organizado pela psiquiatra Anna Lucia Spear King, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A obra revela dados surpreendentes, como que de cada 100 pessoas, 15 têm relação compulsiva com o smartphone. A nomofobia tende a estar associada a outros quadros como fobia social, ansiedade e depressão.
Confira, abaixo, os principais sintomas da nomofobia. E, caso se identifique com a maioria deles, considere procurar ajuda psicológica e/ou psiquiátrica.
– Prejuízo de desempenho no trabalho;
– Repreensão constante por parte dos superiores;
– Dificuldade de concentração em leituras ou no trabalho;
– Dificuldade em dormir ou em ter um sono restaurador;
– Irritação durante encontros familiares;
– Dificuldade em se desconectar completamente.
Fonte: Aleteia