A comunhão entre os ministros ordenados e o laicato “é um processo contínuo de conversão que precisa avançar para que exista maior participação dos leigos e leigas na vida da Igreja”. Esse é um dos apontamentos observados pelo padre Júlio César Evangelista Resende a partir das escutas diocesanas para o Sínodo 2021-2023. Ele é membro da Equipe Nacional de Animação e partilhou em vídeo alguns aspectos do material que ficou sob sua responsabilidade para síntese.
Comunhão
Sobre a comunhão entre ministros ordenados e cristãos leigos e leigas, padre Júlio explicou que o papel desses dois grupos da Igreja foi “profundamente refletido”. Um primeiro sinal da comunhão, segundo Rezende, é “a alegria de saber que temos ministros ordenados que acolhem, abraçam, envolvem e reconhecem a importância da participação ativa do nosso laicato na vida da Igreja”. Um laicato considerado “sustentáculo da missão evangelizadora da Igreja, presente em diversos âmbitos da sociedade”. Outro sinal é o reconhecimento da participação nas diversas esferas, como os conselhos e “outros espaço de participação profunda no diálogo e no discernimento da missão que a Igreja tem”.
As escutas também indicaram a necessidade, por parte dos ministros ordenados, “de avançar no sentido de envolvimento, de engajamento e de oportunizar experiência para o protagonismo cada vez maior dos leigos e leigas”.
Clericalismo
Ele observou também apontamentos a respeito do clericalismo, que impede a plena participação. “Uma experiência por parte de alguns ministros ordenados, mas também por parte de leigos e leigas que encontram na figura do padre quase que a figura centralizadora da missão da Igreja”, situou.
Companheiros de viagem
Em seu vídeo, padre Júlio também fala dos “companheiros de viagem”, os quais devem ser identificados a partir da motivação do documento preparatório. Assim, a reflexão do caminho sinodal convidou as igrejas diocesanas a identificarem “quem são aqueles e aquelas que, abraçando o convite de Jesus, dão esse testemunho no anúncio do Evangelho nos diversos espaços dentro da sociedade”.
“A caminhada sinodal nos ajudou a perceber esses companheiros da caminhada, os presentes e aqueles que estão ausentes e, ao mesmo tempo, nos convidam a um olhar atento para, cada vez mais, inserir irmãos e irmãs nessa mesma jornada”, partilhou.
Nessa caminhada em comum, destaca-se a “consciência nas comunidades de serem Igreja povo de Deus. O batismo nos faz pertencentes a Cristo e, por isso, pertencentes à Igreja e à missão comum que temos de anunciar o Evangelho nos diversos espaços e estruturas da sociedade e da Igreja”.
Confira o vídeo na íntegra:
Fonte: CNBB