A Heráldica Eclesiástica foi regulamentada pela Igreja Católica no ano 1905, através da Bula Pontifícia do Papa Pio X “Inter Multiplices”, onde sua utilização visa a identificação de pessoas e Dioceses. Dentro do Clero Católico existem diversos tipos de brasões, onde os mais comuns são utilizados por Bispos, Cardeais e o próprio Papa, sendo estes obrigatórios pela Cúria Romana. Existem também brasões para Diáconos e Sacerdotes, mas estes não são obrigatórios, ficando à critério do próprio clérigo a sua utilização.
Dentro do 2° grau da ordem Católica existem alguns tipos de Brasões Eclesiásticos, sendo distintos através de títulos honoríficos concedidos dentro da Igreja Católica, como Cônegos e Monsenhores. De maneira especial, hoje iremos conhecer o Brasão do Pároco da Paróquia de São Manuel, o Reverendíssimo Monsenhor Raimundo Nonato Timbó de Paiva.
Vejamos a explicação elaborada pelo Reverendíssimo Padre Alex Augusto Manoel de Souza, da Diocese de Bauru-SP, criador e idealizador do Brasão de Mons. Nonato Timbó. Confira:
No topo do brasão encontramos o Galero com doze borlas simbolizando os doze apóstolos. O número de borlas munido com a cor violácea indica ao título de Monsenhor.
No primeiro quartel encontramos o pé de “Cajazeira”, que deu origem ao nome do distrito de Cajazeiras, hoje já emancipada à cidade e recebe o nome de Hidrolândia. O campo em verde faz referência às origens do Mons. Nonato, pois nasceu na Zona Rural, na época chamada de Cajazeiras. O verde também traz a cor da esperança da Salvação, utilizado no tempo comum no ano litúrgico, onde caminhamos com a esperança escatológica, que gozaremos da plenitude da salvação na eternidade.
No segundo quartel temos o símbolo dos mártires, a Cruz munida ao ramo da palmeira, faz alusão a vitória dos mártires do qual foi Pároco de Ipu, que tem como Padroeiro, o Mártir São Sebastião e Marco, que tem como Padroeiro, o Mártir São Manuel. A Sagrada Escritura com estola e o pão fazem homenagem ao Servo de Deus Waldir Lopes de Castro, que era conhecido como pai dos pobres; deste modo, a Sagrada Escritura simboliza a vida do Servo de Deus Waldir pautada no Evangelho, a estola significa o seu ministério sacerdotal e o pão a sua dedicação e atenção aos mais necessitados. O campo em vermelho significa o sangue dos mártires.
No terceiro campo inferior traz o monograma mariano “MA” envolto de doze estrelas com a luza na parte inferior do símbolo faz referência a Padroeira de sua terra natal, que é Nossa Senhora da Conceição. Também representa as Paróquias em que passou, pois todas tem como Padroeira, Nossa Senhora, exceto, Marco e Ipu. O campo em azul lembra o manto de Maria Santíssima, bem como a sua pureza e participação da graça de seu filho Jesus no céu.
O brasão é dividido em três partes: as cores fazem homenagem as cores da Diocese de Sobral, onde o Monsenhor foi administrador diocesano por duas vezes. A divisória em “Y” faz menção a Santíssima Trindade e é ornada de lírio e Cruz, o lírio representa São José casto; e a Cruz de Nosso Senhor. No centro da divisória temos o Sagrado Coração de Jesus, devoção pessoal do Monsenhor.
Por fim, a divisa traz como lema em latim: “ROGATE DOMINO MESSIS MITTERE OPERARIOS IN MESSEM SUAM”, na tradução para o português: “Pedi ao Senhor da Messe, que envie operários para a Messe”.