Paróquia de São Manuel celebrará pela primeira vez o Ofício de Trevas. Conheça um pouco sobre esta celebração e o fascinante sentido na Quarta-Feira Santa

Ofício de Trevas na Paróquia de São Manuel. Créditos: Paróquia de São Manuel

No dia 27 de Março de 2024, a Igreja Católica em todo mundo celebrará a Quarta-Feira Santa e para este ano, a Paróquia de São Manuel celebrará pela primeira vez o “Ofício de Trevas“, que será realizado na Igreja Matriz de São Manuel.

Mas afinal, o que é o Ofício de Trevas? Vamos conhecer um pouco sobre esta celebração.

As atividades litúrgicas da Igreja Católica são geralmente caracterizadas pela solenidade e serenidade. No entanto, na Páscoa ainda existe uma velha tradição chamada “Ofício de Trevas” que, embora pareça estranha à primeira vista, é caracterizada pelo uso de ruídos e outros objetos barulhentos.

O Ofício de Trevas (ou Tenebrae) é celebrado na noite da Quarta-feira Santa e não é uma missa, mas uma oração conjunta entre fiéis.

Esta celebração, além do uso das matracas, também é caracterizada pela presença de um candelabro com 15 velas denominado tenebrário. As quinze velas representam os onze apóstolos, as três Marias e a Virgem Maria, ou seja, aqueles que acompanharam Jesus.

Durante esta atividade litúrgica, as luzes da igreja e do tenebrário vão se apagando aos poucos. Ao chegar à última vela do tenebrário, canta-se o Miserere (Salmo 50/51) e o círio fica escondido atrás do altar, simbolizando a entrada de Jesus no túmulo e a permanência da Igreja à espera da Luz que surgirá na Vigília Pascal.

Quando a última vela é apagada, todas as luzes da igreja se apagam e tanto os fiéis quanto o celebrante tocam as matracas, chocalhos e batem nos bancos para fazer o máximo de barulho possível.

Mas qual o sentido de tanto barulho?

O ruído das matracas e de outros objetos simbolizam os tormentos que se abateram sobre a natureza após a morte de Jesus.

“Então Jesus, clamando novamente com voz poderosa, entregou seu espírito. Imediatamente, o véu do Templo rasgou-se em dois, de alto a baixo, a terra estremeceu, as pedras se partiram e os túmulos foram abertos. Muitos corpos de santos que haviam morrido foram ressuscitados e, saindo dos túmulos depois que Jesus ressuscitou, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitas pessoas”. (Mateus 27, 50-53)

Matraca x sino

Registro de uma matraca realizado durante a Semana Santa 2023. Créditos: Paróquia de São Manuel

Muitas igrejas adotam a matraca ao invés do sino já durante a Quaresma, para diferenciar a “austeridade” deste tempo, mas ela é particularmente ouvida durante as celebrações do Tríduo Pascal.

A matraca é um instrumento muito antigo de som forte e seco; algumas pessoas podem se sentir incomodados com seu barulho, muitas vezes, ensurdecedor. Mas é justamente este o seu objetivo! Nos fazer, durante a Semana Santa, experimentar também através dos nossos sentidos (neste caso a audição) o sofrimento e as dores que Jesus sofreu e sentiu. A cada vez que a escutamos, podemos fazer dela a nossa oração e o nosso pranto.

Até que no terceiro dia, na Vigília Pascal, os sinos voltam a badalar e cantam alto a glória e a majestade de Cristo Jesus, que morreu por nossos pecados, mas não permaneceu na sepultura, ressuscitou e venceu a morte!

A matraca também é conhecida como “crotalus”, um termo latino que vem da palavra grega “krotalon” (κροταλον), que significa chocalho.

Este objeto costumava ser usado universalmente, mas caiu em desuso nas últimas décadas. No entanto, tem voltado um pouco ultimamente devido ao aumento do interesse pela liturgia tradicional.

Fonte: ChurchPOP

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