A doutrina cristã faz-nos compreender o valor da vida, “Eu vim para que todos tenham vida” diz Jesus. Agora, que Igreja católica se posicionou contra a pesquisa com células-tronco embrionárias, todo crítico à sua doutrina julgam-na conservadora, aquela, cujo desejo é atrapalhar o “desenvolvimento” da ciência. A Igreja católica quer elucidar que há vida humana a partir da concepção.
Por isso, quando em 30 de maio de 2005, o então Procurador Geral da República Dr. Cláudio Fontelles ajuizou a Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 3510 (ADI 3510) contra o art. 5° da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) que protege o direito à vida e indica a igualdade de todos perante a lei, a Igreja católica o apoiou, e continua apoiando àqueles que desejam o respeito da ciência pela vida de embriões humanos.
É interessante, portanto, analisar a opinião de pessoas que ainda não compreenderam a real participação da Igreja católica nessa empreitada a favor da vida. Diversos críticos dizem que estamos voltando à Idade Média, sobretudo, à Santa Inquisição. Somente que a Igreja não é tutora desse projeto, mas por ter doutrinas similares a ele luta contra a pesquisa com células-tronco embrionárias. Ou seja, ela não se eximiu do papel de Igreja de Cristo, Igreja esta que tem a incumbência e o dever de anunciar aos homens um Reino de justiça e paz. Numa justiça, portanto, que é geradora e promotora de vida e dignidade.
Somos católicos, e o povo católico não deve inibir-se diante de situações que abalam a fé e dignidade da pessoa humana, no caso, a desvalorização à vida em sua concepção. A vida deve ser dignificada da concepção à sua morte natural.
Um jovem da ala esquerda marxista ao escrever um artigo contra a posição da Igreja católica diz que: “O embrião ainda não é considerado vida”. No entanto, ao dar prosseguimento ao desenvolvimento de seu pensamento, diz que “as células-tronco embrionárias podem dar vida a outras pessoas”. Pobre argumento, que sem perceber a qualidade das premissas de seu argumento, afirmou que no embrião há vida.
Todos têm direito de pensar, de opinar, de decidir, de sonhar. A igreja católica conhecendo o amor de Deus, que gera vida, quer que a humanidade, e, em especial, a sociedade brasileira seja defensora de vida. Por isso, como lema, a CF-2008 pede-nos: “Escolhe, pois, a vida!” (Dt 30, 19b), não uma vida mesclada pela ignorância, arrogância e insensibilidade do coração humano, mas uma vida amada em sua totalidade.
Por: Seminarista Sebastião Gustavo Siqueira de Andrade
Diocese de Santarém Curso filosofia e Ciência da Religião