Em nossa Igreja Católica temos muitos santos de grande valor. Um dos mais reconhecidos e apreciados pelos exemplos e santidade é sem dúvida alguma Antônio de Pádua, tão presente nas orações do povo. Recentemente presenciamos um outro Santo Antônio subir para os altares, e desta vez um Antônio brasileiro, frei Antônio de Sant`ana Galvão. Porém, existem muitos “Antônios” pelo mundo afora que são dignos de nota. Todavia, e o nosso “Antônio”, dos vicentinos, o que temos dito e ouvido falar sobre ele?
Nesse tempo de evidência da santidade no nosso meio, vemos o reconhecimento de muitos modelos de vida. Vemos novas propostas de santidade sendo aceitas. Vemos o valor que agora é dado aos “guerreiros de DEUS”. Porém, o que temos visto de e sobre Antônio Frederico Ozanam? O Antônio dos vicentinos ainda não é santo, ainda não pode estar sobre os altares, ainda não teve este reconhecimento.
E nós temos feito algo para mudar isto? Sim? Não? O quê? Rezar por ele, pela sua canonização? Isto é bom, mas infelizmente não é o suficiente. Temos de “orar-em-ação”, só assim teremos um Santo Antônio no meio vicentino. Temos de assumir um real compromisso com a SSVP e levar adiante a mensagem do nosso principal fundador (que por ser uma mensagem leiga e aos leigos, está toda ela ao nosso alcance).
Temos de fazer mais do que rezar pela canonização de Ozanam uma vez por semana em nossas conferências. Temos de falar dele, com vicentinos e não-vicentinos. Vestir sua camisa. Cantar seu hino. Levar sua mensagem. Crer em sua santidade. Lutar pelo seu ideal. Estamos aqui graças ao sonho de um jovem. Um ideal de compromisso com a sociedade em favor dos necessitados.
Não adianta rezar por ele e não fazermos nada, além disso. DEUS ouvirá nossas orações, mas aguardará nosso empenho e dedicação pela nossa própria causa. São Vicente de Paulo foi reconhecido pelos seus méritos. Façamos o possível para que Ozanam também o seja. Recordo que mesmo que nos chamemos uns aos outros de vicentinos, esta palavra não determina quem somos de verdade. Os padres da Congregação da Missão também são vicentinos.
Os Fráteres de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia também o são. Assim como os membros da Juventude Marial Vicentina, da AIC, da Associação da Medalha Milagrosa, da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, do Instituto dos Filhos da Caridade, etc. São todos vicentinos, e são todos movimentos distintos, por mais que tenham elementos comuns.
Por isso não somos simplesmente vicentinos. Somos membros da SOCIEDADE SÃO VICENTE DE PAULO, fundada por um grupo de jovens que desejava fazer alguma diferença em relação ao outro, e que tomaram São Vicente de Paulo como modelo. Somos vicentinos sim, mas “VICENTINO DE OZANAM”! Quando assumiremos isto? Quando faremos diferença para ver nosso Antônio canonizado? Aliás, como anda o processo que visa à canonização do nosso principal fundador, você sabe? Se um membro da sociedade que Antônio Frederico Ozanam idealizou e fundou não sabe, quem saberá? E se não fizermos nada por esta causa, quem fará?
Apenas para finalizar, o nome Antônio guarda em seu significado o seguinte: “força interior e fé inabalável”. O significado tem total sintonia com o espírito que movia o nosso Antônio. Nós, “Vicentinos de Ozanam”, devemos reconhecer isto. Lutar pela sua canonização é permitir que outros também o reconheçam.
Por: Adriano José Gonçalves
Paróquia Santuário de São Judas Tadeu
Sete Lagoas – Minas Gerais